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segunda-feira, 11 de junho de 2012

20 anos depois, a “menina que calou o mundo” volta ao Brasil

Há duas décadas, uma garotinha canadense de 12 anos discursava perante autoridades mundiais, cobrando mudanças nas atitudes e maior cuidado com as causas ambientais. Essa era Severn Cullis-Suzuki, mais conhecida como “a garota que calou o mundo por cinco minutos”. A participação de Severn na Eco 92 é lembrada até hoje e representa a preocupação das novas gerações com o futuro de todos. Neste ano, a canadense volta ao Brasil para participar da Rio+20 e dar continuidade ao trabalho que vem desenvolvendo na área ambiental desde que ainda era uma criança. O jornal Folha de S.Paulo conseguiu uma entrevista exclusiva com Severn, que hoje é mãe de dois filhos, apresentadora de um programa canadense e educadora ambiental. Durante a conversa ela explicou que a oportunidade para discursar na Eco 92 surgiu após um esforço feito por ela e um grupo de amigas que formavam a ECO (Environmental Children’s Organization). Juntas as garotas conseguiram arrecadar fundos com a comunidade onde moravam, no Canadá, para que fosse possível viajar ao Rio e participar do Fórum Global, em que elas foram inscritas como ONG e aproveitaram a oportunidade para falar sobre meio ambiente com muitas pessoas. Esta iniciativa fez com que a Unicef se interessasse pelo trabalho e oferecesse uma oportunidade para que uma delas representasse a ECO em um discurso para as autoridades. Severn foi escolhida e as suas palavras marcaram profundamente as pessoas presentes e ainda hoje emocionam quem a vê no vídeo disponível na internet. Após 20 anos desde a preleção da canadense, muitas coisas mudaram. Segundo ela, na década de 1990, as questões ambientais foram deixadas de lado. Nos últimos anos, devido às crises econômicas e à mudança climática, o assunto voltou a ganhar espaço e a ser discutido. Além disso, ela acredita que a facilidade com que as informações são compartilhadas pela internet pode “inspirar a verdadeira mudança no Século 21”. No entanto, os sistemas econômicos mundiais ainda não refletem este anseio por mudança. Severn ressalta o fato de que as economias são mensuradas a partir do índice do Produto Interno Bruto (PIB) e isto “pouco se reflete na qualidade de vida”. Para a ativista, a chave para mudar este cenário é a mobilização. A mudança parte de uma transformação na sociedade e na política. As pessoas podem trabalhar individualmente para reduzir seus impactos na natureza e ainda podem se tornar mais ativas política e socialmente, cobrando ações, sabendo exercer os direitos e compartilhando conhecimento e informação, para que possam ser ouvidas. A entrevista é finalizada com Severn falando sobre a esperança para o futuro. “Acredito que só o amor por nossos filhos possa virar a maré. A questão do ambiente é o futuro deles. Temos de fazer a conexão entre nossa vida hoje as suas vidas no futuro. Se nós, politicamente, fizermos a conexão, mudaremos tudo. Eu tenho que acreditar nisso”, concluiu. Relembre aqui o discurso de Severn Suzuki * Com informações da Folha de S.Paulo. ** Publicado originalmente no site CicloVivo e retirado do site Mercado Ético. (Mercado Ético)

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