domingo, 17 de junho de 2012
Greenpeace duvida que Rio+20 chegue a acordos vinculativos
O Greenpeace afirmou nesta terça-feira que a Rio+20 não gerará grandes acordos vinculativos, apenas pequenos avanços em temas-chave como a proteção das águas internacionais e o crescimento estável dos investimentos nas energias renováveis.
“Existe um elevado grau de otimismo quanto a conseguir acordos em águas internacionais e oceanos”, disse o coordenador de Biodiversidade da ONG, Miguel Ángel Soto. Para o ambientalista, as cúpulas devem englobar “detalhes” que não se sustentam sob um marco jurídico legal, mas que devem ser desenvolvidos.
Durante uma reunião informativa, Soto explicou que, frente à Rio+20, o Greenpeace propõe um plano de resgate dos oceanos que gere um acordo, nos moldes do Convênio das Nações Unidas sobre Direito do Mar (Unclos), que proteja as águas internacionais e proíba a prospecção petrolífera no Ártico.
O acordo garantiria a gestão dos recursos oceânicos de forma sustentável, a criação, por parte dos governos, de uma rede global de áreas marinhas protegidas e a modificação da atual gestão pesqueira para acabar com a superexploração e a pesca ilegal.
“Seria uma conquista chegar a esse acordo”,continuou, “mas os interesses de muitos países interferem, entre eles os dos Estados Unidos. Como neste ano o país realiza eleições, não está se envolvendo em temas importantes frente a seu eleitorado”.
Para a organização ambientalista, é prioritário que a Rio+20 associe o “desenvolvimento sustentável” aos Objetivos do Milênio da ONU. Neste ponto, o Greenpeace criticou a atuação de países poderosos que evitam resolver problemas derivados das “crises alimentícias” salvo em casos pontuais de “crises extremas de fome”.
A sustentabilidade deve ser “um grito de guerra” pela transição a uma economia justa que leve ao maior
desenvolvimento das energias renováveis e ao fim do subsídio às energias poluentes, defendeu Soto. O Greenpeace insistiu, ainda, que se estabeleça um “compromisso sério” que elimine o desmatamento em 2020, os subsídios às energias fósseis e a energia nuclear.
A ONG também defendeu a transformação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) em uma Agência da ONU com orçamento próprio. Paralelamente, os ecologistas reprovaram diversas decisões do primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, que disseram descumprir acordos internacionais em matéria ambiental, com a moratória às energias renováveis, a prorrogação da vida útil da usina nuclear Garoña e a autorização de prospecções petrolíferas em águas espanholas.
(Fonte: Portal Terra)
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