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domingo, 10 de junho de 2012

Com duas das maiores bacias do país, no Pará não há água para todos

A Agência Nacional das Águas (ANA) divulgou nesta segunda-feira (4) o Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil – Informe 2012 , em Brasilia. Segundo o documento cerca de 80% dos recursos hídricos nacionais estão na Amazônia, mas a rede de abastecimento e de tratamento de esgoto ainda não alcança nem metade da população que vive na região. O território paraense é perneado por três importantes bacias hidrográficas (BH). Além da BH Amazônica, o Pará também está inserido na BH Tocantins Araguaia e o extremo nordeste do estado na BH Atlântico Nordeste Ocidental. Todas registraram aumento do índice de chuvas no período, o que ajuda a explicar a ocorrência de cheias em alguns rios da região. De acordo com o documento, no Pará há 1.280 reservatórios com mais de 20 hectares de extensão. Destes, 76 são artificiais, 76 são de domínio do estado no entanto possuem usos múltiplos e dois reservatórios são usados apenas na geração de nergia elétrica. Ainda segundo o relatório, o abastecimento de água alcança menos de 40% da população da maioria dos municípios do sudoeste do estado, de parte das cidades do nordeste paraense e de parte das cidades da região do Marajó, no Pará. A principal fonte de água seriam os mananciais subterrâneos, devido a existência de aquíferos com elevado potencial hídrico na região e em “função da simplicidade operacional do abastecimento por poços para o atendimento de municípios de pequeno porte”, esclarece a publicação. A ANA ressalta que mesmo a existência da rede de água, não significa garantia da oferta hídrica. Porém, pelo menos onze municípios espalhados pelo estado necessitam de um novo manancial como fonte de água. Segundo a ANA, até dezembro de 2011 o Pará ainda não possuia o plano estadual de recursos hídricos. Rede de esgoto alcança apenas 5% dos municípios do estado – No que diz respeito a rede de esgoto e tratamento de água, o Pará apresenta índices pouco satisfatórios apesar dos investimentos no setor. “Os resultados indicam que o País possui um alto índice urbano de cobertura de abastecimento de água. No entanto, os índices de coleta e tratamento de esgotos domésticos urbanos continuam em patamares inferiores”, conclui a ANA. Em Belém o índice de lançamento de esgotos nos rios está entre 101 e 150 toneladas por dia apesar de, segundo o documento da ANA, a capital do estado ter um dos maiores investimentos no setor nos últimos anos. A demanda por uso de água na BH Amazônia é de 0,1% do total das águas que passam pelo território da região. A maioria considerável dos rios estão classificados em situação ótima (99,5%), no que diz respeito ao lançamento desses esgotos. O uso animal e o uso urbano são preponderantes na RH Amazônica em relação aos demais usos. A demanda de uso urbana é de 25,8 m³/s, correspondendo a 33% do total de demandas da região. Em seguida vem a demanda animal, com 24,9 m³/s (32%) e a demanda para irrigação com 15,6 m³/s (20%). A demanda industrial da região é de 9,8 m³/s (12%) e a rural de 2,7 m³/s (3%). (Fonte: G1)

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