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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Indústria nacional se mobiliza para reduzir emissão de CO2 à atmosfera


Antecipando medidas nacionais para conter as emissões de gases causadores de efeito estufa, 77 empresas brasileiras apresentaram em evento nesta quarta-feira (10) seus inventários de emissões, levantamento que estima a quantidade de CO2 liberado na atmosfera pela atividade industrial.

O documento aponta que no ano passado foram emitidos 107,1 milhões de toneladas de CO2, o equivalente a 5% do total de gases liberados no país em 2005, segundo o Inventário Nacional do governo federal, que serviu de base para a elaboração das metas para reduzir, de forma voluntária, em até 39% o envio de gases à atmosfera até 2020.

“Isso mostra o interesse do Brasil na questão do clima, porque nem o país e nem as empresas são obrigadas pela Convenção das Nações Unidas a reduzir a quantidade de CO2 produzida”, disse Pankaj Bhatia, diretor do Instituto de Recursos Mundiais, que criou a metodologia de medição de carbono emitido.

Planos – Segundo Mario Monzoni, coordenador do Centro de Estudos de Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a iniciativa faz parte de planos maiores, como a elaboração de políticas em instituições privadas que fomentariam a sustentabilidade.

“O Brasil está em crescimento, assim como a indústria. Por isso temos que definir formas de reduzir o impacto do desenvolvimento nos próximos anos”, diz Monzoni, que pretende agregar até 150 empresas para um novo inventário em 2012.

Uma das companhias que aderiu à iniciativa foi o grupo Danone, que utiliza o inventário para medir emissões em sua cadeia de produção. A empresa informou que até 2012 pretende reduzir em 30% o envio de gases poluentes à atmosfera.

Crise – Também presente no evento realizado em São Paulo, Robyn Camp, vice-presidente executiva do Instituto Registro de Clima, dos Estados Unidos, especializado na medição de emissões, afirmou ao Globo Natureza que muitas empresas norte-americanas tiveram a iniciativa de realizar o inventário de carbono, organizado pelo instituto.

Entretanto, segundo Camp, a crise financeira que afeta a potência mundial pode reduzir as ações de mitigação. “Algumas empresas serão impactadas pela crise e a questão ambiental pode ser deixada de lado. Porém, as companhias inovadoras têm pensado muito na questão da energia sustentável, pegando como exemplo grandes indústrias da Europa, que usam energia renovável e se mantêm no topo. Mas a tomada de decisão vai depender da realidade da empresa”, diz.

(Fonte: Eduardo Carvalho/ Globo Natureza)

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