A revista inglesa The Lancet, uma das mais importantes publicações da área médica em todo o mundo, lançou nesta segunda-feira (9) edição especial sobre a saúde dos brasileiros. O trabalho de dois anos resultou em seis artigos sobre os progressos, fracassos e desafios do Brasil.
A dengue aparece como um dos maiores problemas de saúde pública do país. Na última década, foram registrados cerca de 3,5 milhões de casos – entre eles, 12 mil da forma grave da doença (hemorrágica) – e 900 mortes. Para os especialistas, os esforços devem ter como prioridade o surgimento de vacinas contra a doença.
A revista constata também que o Brasil precisa reduzir a taxa de mortalidade por acidentes de trânsito e violência. Os homicídios e as lesões causadas pelo trânsito somam mais de 60% das mortes por causas externas, conforme a publicação.
No lançamento da revista, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defendeu um pacto para reduzir as mortes no trânsito. Para tanto, propõe o estabelecimento de metas para que sejam cumpridas por estados e municípios. Ele defende ainda que os administradores públicos que alcançarem os objetivos sejam premiados.
Na categoria dos sucessos, o periódico aponta o programa de distribuição dos antirretrovirais, a adoção de leis e medidas para inibir o fumo, queda nas taxas da mortalidade infantil e de desnutrição e o combate à pobreza.
Para a revista, os desafios são reduzir as disparidades econômicas e sociais e fazer ajustes na gestão da rede pública. “A administração de um sistema de saúde pública complexo e descentralizado, em que um grande parte dos serviços é contratada para o setor privado, juntamento com muitos provedores de seguros privados, inevitavelmente causa conflito e contradição”, diz o último artigo da Lancet.
Apesar dos vários desafios e problemas a resolver, a editora da revista, Sabine Kleinert, disse que o Brasil despertou interesse por implantar um sistema universal de saúde e ter conseguido avançar em algumas áreas em curto período de tempo. “Vários países devem saber como funciona o sistema brasileiro e seguir o exemplo.”
A série foi elaborada por 29 especialistas em saúde pública do Brasil, dos Estados Unidos e da Inglaterra.
(Fonte: Carolina Pimentel/ Agência Brasil)
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