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sexta-feira, 21 de junho de 2013

Solo congelado do Ártico pode derreter em até 30 anos, diz estudo

O permafrost, solo permanentemente congelado do Ártico, pode começar a derreter entre 10 e 30 anos, liberando gases de efeito estufa na atmosfera e agravando o aquecimento global, indicou um estudo divulgado nesta quarta-feira (19) pelo Departamento de Ciências da Terra na Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha. O permafrost poderia começar a derreter a partir de uma elevação das temperaturas globais de 1,5 °C, em comparação com níveis pré-industriais, antecipa este estudo realizado a partir de estalagmites antigas e que será publicado em 27 de junho na revista “Geological Society”. A temperatura global média já aumentou 0,8 ºC após a Revolução Industrial e se a tendência atual se mantiver, limite poderá ser alcançando de “10 a 30 anos”, calcula a equipe chefiada por Gideon Henderson. “É necessário fazer um esforço urgente para reduzir os gases de efeito estufa”, alertaram os cientistas, que realizaram o estudo sobre estalagmites e estalagmites encontradas em uma gruta perto de Lensk, no leste da Sibéria. Estes espeleotemas se formam quando a água da superfície se infiltra no teto da gruta, onde a temperatura ambiente é a mesma da superfície. Por isso, são testemunhos preciosos de uma época em que a região não era congelada. Graças a vestígios de urânio e isótopos de chumbo, foi possível estabelecer que eles se formaram, em média, há 945 mil anos, depois novamente há 400 mil anos. Estes períodos de degelo do permafrost coincidem com os períodos em que a superfície da Terra era 1,5 ºC mais quente do que a era pré-industrial, com uma margem de erro de 0,5 ºC. Estoque de carbono – Também chamado de “pergelissolo”, o permafrost representa, em média, um quarto da superfície das terras no hemisfério norte. Em nível mundial, encerra 1,7 trilhão de toneladas de carbono, ou seja, cerca do dobro do CO2 já presente na atmosfera. Se esta matéria orgânica congelada derreter, ela liberará lentamente todo o carbono acumulado e “neutralizado” com o passar dos séculos. Este excesso de devolvido à atmosfera não foi até agora levado em conta nas projeções sobre o aquecimento global que são objeto de negociações em nível mundial. A comunidade internacional se colocou como meta limitar o aquecimento a 2 °C e conseguir alcançar um acordo global e ambicioso de limitação dos gases-estufa em 2015 durante a conferência climática da Organização das Nações Unidas (ONU) prevista para ser celebrada em Paris. De outra forma, as ações realizadas até o presente colocam o planeta numa trajetória de 3 ºC a 5 ºC. (Fonte: G1)

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