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terça-feira, 25 de junho de 2013

Rio ganha centro global de pesquisa sobre desenvolvimento sustentável

Um ano após a Rio+20, o Rio de Janeiro ganhou nesta segunda-feira (24) o Centro Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, que vai ser responsável por criar projetos voltados a estabelecer uma “economia verde” no mundo, ou seja, como desenvolver a economia, auxiliando também as questões ambiental e social. Um seminário realizado na cidade, que contou com a presença da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, deu início aos trabalhos do “Centro Rio+”. Ele vai servir de base para iniciativas sustentáveis e renováveis que vão contemplar todos os países, desenvolvidos e em desenvolvimento. A sede do Centro Rio+, que vai funcionar na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), vai receber cientistas, pesquisadores e acadêmicos do mundo para apresentar ideias que ajudem as populações a se desenvolver, sem perder o foco na preservação. De acordo com a ministra, abre-se um canal internacional de discussão e trabalho. Segundo ela, a expectativa é de trabalhar este modelo inovador e integrar sociedades e governos na busca de soluções que visam o bem-estar das pessoas e do planeta. “A riqueza deste centro está em buscar a diversidade de pensamentos, construir uma convergência de ideias e projetos, e influenciar todos aqueles que tomam decisões em torno do bem-estar da população. Esta é uma grande oportunidade de integração mundial”, disse a ministra. Ela ressaltou também que os quatro primeiros temas que serão discutidos são as questões do clima, a erradicação da pobreza, a concepção de cidades e o desenvolvimento sustentável, sempre de olho nas agendas sociais e econômicas. De acordo com o coordenador do Centro Rio+, o brasileiro Rômulo Paes, o grupo já conta com 30 integrantes, que terão como objetivo produzir e promover conhecimento para as boas práticas públicas e privadas para a sustentabilidade dos países. O Centro Rio+ teve um financiamento de US$ 4,5 milhões oriundos da Conferência Rio+20. O Rio foi escolhido entre várias cidades estrangeiras pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que também fez a seleção e a contratação do pessoal. A nova instituição conta ainda com o apoio de 25 parceiros, como o BNDES e a Fundação Getúlio Vargas. Metas sustentáveis – A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável aconteceu de 13 a 22 de junho, no Rio de Janeiro, e reuniu mais de cem chefes de Estado no Riocentro, onde debateram como o mundo pode se desenvolver sem impactar o meio ambiente e, ao mesmo tempo, reduzindo a pobreza. Esperados como um dos principais trunfos da Rio+20, o que não aconteceu, os ODS seriam metas perseguidas pelos países para avançar ambiental, política e socialmente, reduzindo a disparidade entre nações ricas e pobres. O documento “O futuro que queremos”, gerado na conferência, determinou a abertura do processo de discussão para criar essas metas. O primeiro rascunho dos objetivos terá que ser apresentado até setembro de 2013. Os ODS devem ser definidos para entrarem em vigor em 2015, quando terminam os prazos dos Objetivos do Milênio. Um grupo de especialistas de várias partes do mundo, coordenado pelo economista norte-americano Jeffrey Sachs, lançou em maio o primeiro rascunho com os dez Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODSs) que as sociedades civil e científica acham necessários para nortear a criação de políticas ambientais, sociais e econômicas a partir de 2015. O relatório apresentado classificou diversos temas como prioritários, alguns não tão novos – mas que ainda precisam de políticas para resolver problemas relacionados a eles -, como o combate à pobreza e à fome, igualdade entre homens e mulheres ou a proteção à criança e ao jovem. Porém, desta vez, questões ambientais foram classificadas como assuntos importantes, como o uso sustentável da água e da energia, redução das emissões dos gases causadores do efeito estufa – com metas de corte previstos para os anos de 2020, 2030 e 2050 -, além de reforçar a proteção das florestas por meio da valoração dos serviços ambientais. Outras metas previstas na conferência – O documento produzido na Rio+20 prevê a criação de um fórum político de alto nível para o desenvolvimento sustentável dentro das Nações Unidas, além de reafirmar um dos Princípios do Rio, criado em 1992, sobre as “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”. Este princípio significa que os países ricos devem investir mais no desenvolvimento sustentável por terem degradado mais o meio ambiente durante séculos. Outra medida aprovada é o fortalecimento do Programa das Nações Unidas sobre Meio Ambiente (Pnuma) e o estabelecimento de um mecanismo jurídico dentro da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (Unclos, na sigla em inglês) que estabelece regras para conservação e uso sustentável dos oceanos. Pobreza – O texto estabelece a erradicação da pobreza como o maior desafio global do planeta e recomenda que “o Sistema da ONU, em cooperação com doadores relevantes e organizações internacionais”, facilite a transferência de tecnologia para os países em desenvolvimento. Esse sistema atuaria para facilitar o encontro entre países interessados e potenciais parceiros, ceder ferramentas para a aplicação de políticas de desenvolvimento sustentável, fornecer bons exemplos de políticas nessas áreas e informar sobre metodologias para avaliar essas políticas. (Fonte: G1)

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