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domingo, 2 de junho de 2013

A imagem acima mostra o exato momento em que átomos fazem uma ligação covalente. É a primeira vez que este processo complexo de transformação de uma molécula foi capturado em flagrante – e por pura sorte. Felix Fischer e sua equipe do Departamento de Energia do Laboratório Nacional de Lawrence Berkeley (EUA) tinham a intenção de fazer o que qualquer químico molecular está fazendo estes dias: criar nanoestruturas de grafeno, o “material maravilha” dos últimos tempos. O grafeno é composto de átomos de carbono dispostos em um padrão hexagonal repetido, criando uma substância com propriedades quase mágicas (a camada única é extremamente fina, transparente, forte e ótima condutora de eletricidade). Esse padrão exige a reorganização de átomos de uma cadeia linear a formas de seis lados – no entanto, reordenar átomos pode ser complicado e o processo pode produzir várias moléculas diferentes. Assim, a equipe do Lawrence Berkeley decidiu dar uma olhada mais de perto nesse procedimento para se certificar de que tinha feito a coisa certa. Para tanto, eles usaram um microscópio de força atômica, uma técnica capaz de “visualizar” as forças elétricas produzidas por moléculas, gerando imagens ao nível de átomos e ligações sendo alinhados. Eis que surgiu a imagem inédita de átomos de carbono e as ligações entre eles, criadas por elétrons compartilhados. As ligações atômicas individuais tinham, cada uma, alguns dez milionésimos de um milímetro de comprimento. O resultado final mostrou três produtos inesperados, além de uma molécula que os cientistas haviam previsto. Enquanto as próprias imagens foram uma surpresa, o que elas mostraram não foi nada surpreendentemente. Antes da fotografia acidental, os cientistas só tinham sido capazes de inferir estruturas moleculares. No entanto, os diagramas se parecem exatamente com o que os aprendemos em aulas de química. Ou seja, é notável o fato de que eles tinham sido, até agora, baseados em estimativas e premissas (claro, com a toda lógica científica aplicada). Os pesquisadores publicaram a descoberta na edição de 30 de maio da revista Science.[Gizmodo, Wired]

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