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sexta-feira, 21 de junho de 2013

Economia de consumo, Brasil despenca em competitividade

"O país possui uma economia mais baseada no consumo do que na produção. Como resultado, deixou de priorizar investimentos em setores em que poderia ser se tornar competitivo." Esse foi o veredito dado por Stéphane Garelli, diretor do centro de competitividade mundial do instituto suíço IMD, que publica anualmente o relatório World Competitiveness Yearbook (Livro Anual da Competitividade Mundial). De 2012 para 2013, o Brasil caiu do 46º para o 51º lugar entre 60 nações. Entre o ano passado e 2011, o Brasil já havia recuado duas posições no ranking. O relatório analisa o gerenciamento das competências de cada país na busca por mais prosperidade. "A competitividade de uma economia não pode ser reduzida apenas a PIB e produtividade; cada país ou empresa também tem que lidar com dimensões políticas, sociais e culturais", diz o documento. "Cada nação tem que criar um ambiente que tenha a estrutura, as instituições e as políticas mais eficientes para encorajar a competitividade dos negócios". O ranking avaliou o desempenho de cada país em quatro áreas: desempenho econômico, eficiência governamental, eficiência empresarial e infraestrutura. A liderança da lista foi ocupada pelos Estados Unidos, que desbancaram Hong Kong e voltaram ao topo, enquanto que a Venezuela foi considerado o menos competitivo dos países pesquisados. O Brasil foi um dos que mais perderam posições desde que o ranking global de competitividade, incluindo países desenvolvidos e emergentes, começou a ser compilado pelo instituto, em 1997 - aquele ano, o país ocupava a 34º colocação entre 46 países. "O Brasil deixou de fazer reformas importantes que, se postas em prática, poderiam aumentar a competitividade do país frente a outras nações do globo", afirmou Stéphane Garelli. Carlos Arruda, professor de Inovação e Competitividade da Fundação Dom Cabral (FDC) e coordenador no Brasil dos estudos do World Competitiveness Yearbook do IMD, concorda. "Entre essas ações, estão o investimento em infraestrutura e em educação. Essas são algumas áreas que claramente não estão acompanhando o grau de sofisticação da nossa economia, puxando o nosso crescimento para baixo", disse. Os dados divulgados pelo IBGE nesta semana, apontando um modesto crescimento de 0,3% no PIB, por exemplo, escondem uma queda de 1,4% na produção industrial brasileira. "No final, as regras de ouro da competitividade são simples: produzir, diversificar, exportar, investir em infraestrutura, dar apoio a pequenas e médias empresas, incrementar disciplina fiscal e manter coesão social", diz Garelli. O pesquisador também lembrou que medidas de austeridade fiscal em geral reduzem a competitividade dos países que as implantaram para conter gastos. http://www.inovacaotecnologica.com.br/

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