Páginas

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Ong quer que multas ambientais sejam pagas pelos secretários municipais

A ong Meio Ambiente Equilibrado (MAE), de Londrina, vai solicitar na Justiça que as multas aplicadas nesta quarta-feira (3) à Secretaria Municipal do Ambiente (Sema) e à Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), de R$ 20 mil e R$ 5 mil, respectivamente, sejam pagas pelas pessoas do secretário José Novaes Faraco e pelo presidente da CMTU, André Nadai, e não pelo poder público. Ambos foram autuados pelo IAP após flagrante da existência de depósito clandestino de galhos e entulho da prefeitura dentro do Parque da Fazenda Refúgio, área de proteção ambiental na zona sul de Londrina.

A denúncia de despejo foi realizada na última semana pela ong Mae, que fotografou e filmou o descarte de galhos e entulhos de limpeza da área do Bosque no local. O IAP calcula que mais de 200 caminhões de resíduos foram depositados irregularmente no local. A Fazenda Refúgio é uma área de conservação municipal e foi transformada em parque no começo de 2010 pelo prefeito Barbosa Neto (PDT). A área é considerada corredor de biodiversidade para diversos animais.

O advogado da ong, Camillo Vianna, já solicitou cópias das autuações do IAP e deve entrar com a solicitação para que as multas ambientais sejam pagas pessoalmente pelos administradores também no Ministério Público. "A população de Londrina não tem que pagar pelo crime ambiental cometido pelos gestores municipais da Sema e da CMTU. O dinheiro das multas deve sair do bolso deles, e não dos cofres da Prefeitura", afirmou, ressaltando que "seria uma situação cômoda para quem merece ser punido".

De acordo com a ong, os dois administradores municipais são considerados reincidentes em crimes contra a coisa pública. E citam, para exemplificar as irregularidades, uma multa de R$ 40 mil, no Mato Grosso, a José Faraco, por problemas ambientais em propriedades rurais. André Nadai, por sua vez, foi acusado recentemente pelo Ministério Público de ter sonegado impostos municipais (ITBI) na compra de um apartamento em Londrina, sendo multado em R$ 17 mil pela Secretaria Municipal da Fazenda.

"São reincidentes e infelizmente estão habituados a situações semelhantes. Dois exemplos de como a administração pública municipal vai mal", opinou o advogado. "São gestores que nos envergonham de todas as formas", ressaltou.

http://londrina.odiario.com

Nenhum comentário: