Alergia de contato com alumínio
A dermatite alérgica de contato com o alumínio tem sido considerada uma alergia muito rara.
No entanto, veem crescendo os relatos de nódulos pruriginosos e alergia ao alumínio surgidos depois que as pessoas tomaram vacinas ou fizeram tratamentos para outras alergias.
A pesquisadora Eva Netterlid, da Universidade de Lund, na Suécia, resolveu estudar o fenômeno e fez algumas descobertas que exigirão mais pesquisas sobre os tratamentos de alergia.
Nódulos na pele
Nódulos pruriginosos são pequenos nódulos sob a pele que causam coceira e que, segundo alguns estudos, podem durar vários anos.
Um estudo sobre vacinas contra tosse convulsiva, realizado há alguns anos, mostrou que quase um por cento das crianças desenvolveu nódulos pruriginosos na área da vacinação.
Três das quatro crianças que tiveram uma reação com nódulos também desenvolveram alergia ao alumínio.
"Isso foi totalmente inesperado. O alumínio tem sido utilizado como adjuvante, intensificador, nas vacinas por mais de 70 anos, com apenas um pequeno número de relatos de nódulos pruriginosos e dermatite alérgica de contato," afirma Eva.
Hipossensibilização
Mas os resultados foram muito mais preocupantes quando a pesquisadora voltou sua atenção para a hipossensibilização, um tratamento no qual doses progressivamente maiores de uma substância alergênica são dadas aos pacientes que são alérgicos ao pólen, ácaros, etc, para habituá-los à substância.
Este tratamento também usa o alumínio como um intensificador.
O número de reações foi muito maior. Das 37 crianças monitoradas, 8 (21,6%) tiveram dermatite alérgica de contato com o alumínio, e 13 (35%) tiveram nódulos pruriginosos.
Outras 24 crianças com alergias que foram incluídas no estudo, mas que não receberam a vacina, não desenvolveram nem nódulos pruriginosos nem alergia ao alumínio.
Outro estudo analisou a hipossensibilização de crianças e adultos com alergias respiratórias. Verificou-se que quase 4% dos pacientes tiveram dermatite alérgica de contato com o alumínio.
O exame dos braços dos pacientes antes e um ano após o tratamento mostrou que o número de portadores de nódulos tinha aumentado significativamente, e a proporção daqueles que tinham nódulos pruriginosos também aumentou.
Hipóteses
Há várias explicações possíveis a respeito de porque a alergia de alumínio está se tornando mais comum: o surgimento de novas tecnologias para identificar a alergia, o tipo de compostos de alumínio usados nas vacinas e outros tratamentos pode ter mudado, e o número de vacinações pode ter aumentado com o aumento das viagens internacionais.
Mas, por enquanto, todas são apenas hipóteses e conjecturas, e somente outros estudos poderão apontar as causas reais.
Eva Netterlid e seus colegas vão se concentrar primeiro na segunda hipótese, verificando se diferentes compostos de alumínio produzem resultados diferentes.
Eles também pretendem descobrir se os pacientes que tiveram resultado positivo no teste de alergia ao alumínio também apresentam sintomas clínicos quando expostos a medicamentos e cosméticos que contenham alumínio.
Redação do Diário da Saúde
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