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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Preservação ambiental ou crescimento econômico? Brasileiros escolhem preservação

Pesquisa do Ministério do Meio Ambiente e do Walmart revela, entretanto, que há pouca disposição para mudanças que dão trabalho ou envolvem custos

Segundo uma pesquisa realizada em 11 capitais brasileiras pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) em parceria com o Walmart, apoiador estratégico do Akatu, a maioria dos brasileiros (59%) considera que a preservação ambiental merece atenção prioritária em relação ao crescimento econômico. Outros 41% dos entrevistados defendem o contrário.

“É preciso desmistificar a ideia de que o a preservação ambiental é contrária ao crescimento econômico”, alerta Helio Mattar, diretor-presidente do Akatu. “A sustentabilidade pressupõe justamente o desafio de buscar modelos de produção e consumo que gerem impactos ambientais, econômicos e sociais positivos. E o consumidor consciente procura promover o equilíbrio desses valores”, completa.

Apesar da percepção da necessidade da preservação ambiental, segundo o levantamento, ações concretas que contribuam para melhores resultados ainda são realidade de uma minoria: nos últimos 12 meses, apenas 13% dos entrevistados procuraram diminuir o uso do automóvel, 17% deixaram de comprar algum produto por acreditar que faz mal ao meio ambiente e 27% compraram algum produto orgânico, que em média, custa 30% mais caro.

Com relação à destinação correta de resíduos, a pesquisa mostra ainda que mais de 70% dos entrevistados jogam pilhas e baterias no lixo comum; 66% descartam remédios no lixo doméstico; 33% jogam tintas e solventes no lixo doméstico; 39% descartam óleo de cozinha usado na pia e 17% guardam lixo eletrônico em casa.

Segundo a pesquisa, os entrevistados relacionam o termo “meio ambiente” a questões que se manifestam perto de suas casas, como problemas na coleta de lixo e falta de áreas verdes. Dos entrevistados, 40% acham que limpeza pública é o principal problema ambiental nas suas cidades ou bairros e, em segundo lugar, a falta de áreas verdes, com 9% das respostas.
A maioria (61%) atribui a responsabilidade da preservação ambiental a órgãos públicos (prefeitura e governo). Só 18% responderam que o meio ambiente é responsabilidade também do indivíduo.

Terceirizando responsabilidades
Outro dado interessante é que os brasileiros apostam na próxima geração para solidificar uma sociedade mais atuante em prol do meio ambiente. Entre os entrevistados, 63% dizem que a escola é o local mais apropriado para a construção da consciência ambiental, seguido de comunidades (58%) e igrejas (43%).

Segundo Camila Melo, gerente de Mobilização Comunitária do Akatu, essas projeções dos problemas atuais para o futuro, atribuindo às crianças e às escolas a responsabilidade da degradação ambiental revela uma omissão da sociedade como um todo. “A sociedade inteira precisa se mobilizar para a questão, que é atual e urgente. As escolas e as crianças devem ser vistas como parte de um processo mais amplo, bem maior”, defende.

Rogério Ferro, da equipe Akatu

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