Páginas

sábado, 4 de dezembro de 2010

Mundo detecta surtos de doença infecciosa mais rápido, diz estudo

O mundo está ficando mais ágil na tarefa de detectar epidemias e informar a população a respeito delas. Entre 1996 e 2009, o tempo entre o primeiro caso de uma doença infecciosa e sua detecção pelas autoridades caiu de um mês para 14 dias.

A notícia animadora está em artigo na revista científica americana “PNAS”. Uma equipe da Escola Médica de Harvard (EUA), liderada por John Brownstein, chegou à conclusão depois de examinar registros de centenas de surtos planeta afora.

Brownstein e companhia basearam suas conclusões em dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), a qual, ao longo das últimas décadas, tem feito esforços para centralizar os dados internacionais sobre surtos de doenças infecciosas.

A média do período para a detecção de cada epidemia, 23 dias, esconde o fato de que, a cada ano, esse intervalo está encolhendo em 7,3%. O tempo entre a descoberta do surto e o primeiro comunicado público do problema também está mais curto: 19 dias, contra 40 dias na década de 1990.

Redes – Entre os fatores por trás da melhora, os pesquisadores apontam, por exemplo, a atualização das diretrizes da OMS sobre o tema em 2005, as quais pedem que todos os países notifiquem a organização quando estiverem diante de uma emergência de saúde pública com possíveis repercussões internacionais.

Outro fator provavelmente importante: redes entre especialistas em saúde pública criadas pela internet. Uma série de iniciativas formais e informais surgiram ao longo desta década e, em alguns casos, as informações sobre o início de um surto vieram a público graças a elas.

Finalmente, não dá para desprezar o impacto da Sars (sigla inglesa de Síndrome Respiratória Aguda Grave), doença que começou na China em 2002 e quase virou uma ameaça global.

O trauma em relação à Sars teria deixado o mundo mais alerta. Mas há uma má notícia: na África, de onde vem a maior parte dos surtos, ainda há demora nas notificações.

(Fonte: Reinaldo José Lopes/ Folha.com)

Nenhum comentário: