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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Ministra do Meio Ambiente dá nota 7,5 ao acordo de Cancún

A pedido da BBC Brasil, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, avaliou com nota 7,5 o acordo fechado ao fim da reunião das Nações Unidas sobre o clima, em Cancún, neste sábado.

‘Tem coisas até que surpreenderam. A questão do fundo verde, do REDD’, afirmou a ministra, acrescentando que 2011 será um ‘ano de muito trabalho’ para que Durban possa ser um sucesso.

No entanto, para muitos analistas, os avanços foram apenas modestos, mesmo tendo ficado acima das expectativas sobre o encontro.

Ao lançar as fundações para um futuro tratado internacional de combate às mudanças climáticas, os Acordos de Cancún ficaram acima das expectativas sobre o encontro mexicano.

Com isso, crescem as expectativas para a reunião em Durban, na África do Sul. Principalmente porque muitos dos detalhes mais complexos das negociações não foram resolvidos, mas apenas adiados para negociações futuras.

‘Ainda não chegamos lá. Em Durban, precisamos de um acordo global que ajude os países a construir uma economia verde e que responsabilize poluidores’, afirmou o diretor de política climática do WWF, Wendel Trio.

Adiamento de decisões
No que diz respeito a ações de adaptação à mudança do clima, assuntos difíceis, como a lista de países mais vulneráveis e mecanismos para indenizar países que sofram perdas permanentes ou danos, também ficaram para o ano que vem.

Para Poul Erik Lauridsen, coordenador de política de mudança climática da organização não-governamental CARE, é necessário adotar cautela diante do progresso de Cancún, já que ‘questões difíceis de mitigação e finanças continuam sem solução’.

Um dos assuntos mais importantes para o Brasil, o mecanismo de proteção de florestas REDD (redução de emissões por desmatamento e degradação) também não escapou de críticas.

Para a ONG Amigos da Terra, o sistema de REDD precisa ser financiado por verbas públicas. No entanto, o acordo de Cancún também deixou essa decisão para o ano que vem.

‘Mecanismos para acabar com o desmatamento não devem permitir que países ricos continuem a emitir carbono. Florestas não são estoques de carbono e não devem ser comercializadas’, afirmou a ambientalista Lúcia Ortiz.

O resultado de Cancún foi considerado ‘modesto’ pelo grupo ambientalista americano Environmental Defense Fund.

O grupo destacou a aprovação do sistema de proteção de florestas, mas disse que como um todo, o resultado representa apenas ‘uma fração do que é necessário’.

(Fonte: BBC Brasil/G1)

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