Doenças tropicais que afetam principalmente os mais pobres custam bilhões de dólares anuais em perda de produtividade, e as empresas deveriam ser estimuladas a produzir medicamentos contra elas, disse a Organização Mundial da Saúde nesta quinta-feira (14).
A agência da ONU, em seu primeiro relatório sobre doenças tropicais negligenciadas (DTN), pediu aos governos e doadores mais investimentos para o combate a 17 enfermidades que provocam cegueira, dano cardíaco e até a morte.
O texto diz que o tratamento dessas doenças muitas vezes custa muito pouco. Elas incluem enfermidades como o mal de Chagas, que afeta cerca de 10 milhões de latino-americanos, e a dengue, que é transmitida por mosquitos e, segundo a OMS, tem se espalhado rapidamente pelo mundo, ameaçando agora também países desenvolvidos.
“As DTN afetam as vidas de 1 bilhão de pessoas mundialmente, e ameaçam a saúde de milhões de outras”, disse a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, no relatório.
“A produção dos remédios usados para tratar as DTN deve ser mais atrativa para as empresas que fabricam produtos farmacêuticos genéricos”, acrescentou.
A OMS ressaltou, no entanto, que grandes laboratórios já oferecem medicamentos gratuitos e de qualidade a milhões de pessoas pobres que sofrem dessas doenças, principalmente em áreas remotas da América Latina, Ásia e África.
Também na quinta-feira, o laboratório GlaxoSmithKline anunciou a doação de até 400 milhões de doses adicionais do seu medicamento antivermífugo albendazole, a um custo anual de 19 milhões de dólares, para que a OMS trate crianças africanas.
Em nota, a OMS disse que os laboratórios farmacêuticos devem anunciar novos compromissos durante uma reunião que está sendo realizada durante todo o dia na sede da agência.
De acordo com o relatório, o custo do tratamento da filariose linfática (doença transmitida por mosquitos e que desfigura membros e órgãos genitais) com os medicamentos ivermectin e albendazole, doados pela Merck e a GlaxoSmithKline, respectivamente, varia de 5 a 10 centavos de dólar.
Essa doença, segundo a OMS, provoca prejuízos de 1,3 bilhão de dólares por ano em perda de produtividade na África e Sudeste Asiático. O relatório elogia o uso da “quimioterapia preventiva” e recomenda o emprego cauteloso de pesticidas como estratégia para combater a doença.
(Fonte: G1)
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