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domingo, 17 de outubro de 2010

Frigoríficos suspendem compra de carne de 200 proprietários rurais

Dois grandes grupos frigoríficos anunciaram a suspensão temporária da compra de carne de cerca de 200 propriedades rurais em todo o país devido a supostas irregularidades ambientais. No entanto, as fazendas não têm nenhuma restrição do Ministério do Meio Ambiente ou do Ministério da Agricultura e os pecuaristas afirmam que a medida seria uma forma de coação comercial.

O alerta de cancelamento de compra de gado foi enviado para propriedades rurais dos estados de Mato Grosso, Acre, Pará e Rondônia. No documento enviado aos produtores, o grupo frigorífico alega que as fazendas estão a menos de cinco quilômetros de uma área de desmatamento e que para voltarem a fazer negócios com a empresa, precisam provar que não são culpadas pelos supostos crimes ambientais na região.

A Associação dos Criadores de Mato Grosso já estuda medidas judiciais contra os grupos por abuso de poder e não descarta a possibilidade de boicote geral a esses dois frigoríficos.

As duas empresas, juntas, receberam R$18 bilhões do BNDES, dinheiro que foi utilizado, em grande parte, para a compra de empresas de fora do país. Mato Grosso é o Estado com maior rebanho bovino do Brasil, mas nem assim o estado escapou das consequências do monopólio criado por essas duas gigantes. Só este ano, cinco frigoríficos do Estado já fecharam as portas e mais de mil trabalhadores ficaram sem emprego.

A unidade de Várzea Grande, município vizinho de Cuiabá, era responsável pelo abate de 1500 cabeças por dia, mas agora está fazendo o acerto de contas com os antigos funcionários.

Situação que pode trazer prejuízos também para o consumidor. Com apenas duas marcas de carne disponíveis no mercado, o comprador vai ficar refém dos preços e da qualidade oferecida em supermercados e açougues.

http://www.band.com.br

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