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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Comentários sobre a COP 15

O ministro do Meio Ambiente sueco, Andreas Calgren, cujo país ocupa a presidência de turno da União Europeia (UE) até o final do ano, qualificou de "desastre e grande fracasso" a Cúpula das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em Copenhague.
"Vamos discutir o desastre que tivemos em Copenhague, como continuar as negociações e como chegar mais longe", anunciou Calgren, ao chegar à reunião de ministros do Meio Ambiente realizada na terça-feira (22) em Bruxelas.O sueco antecipou que a UE começará a explorar "alternativas de trabalho", já que, após dois anos de intensas negociações internacionais, a COP-15 "foi um grande fracasso, com o qual temos que aprender".
Calgren destacou a unidade do bloco europeu durante os 12 dias de encontro na Dinamarca e afirmou que a UE "nunca esteve dividida".
A liderança europeia bateu de frente, no entanto, com a atitude de países como os Estados Unidos e a China, que demonstraram uma verdadeira "falta de vontade", afirmou.
Segundo a presidência da UE, continua sendo necessário criar um sistema internacional "que leve em conta não só os interesses dos grandes países, como ocorreu em Copenhague, mas também os dos menores".
Sobre o texto final de Copenhague, Calgren disse que "duas páginas e meia de declaração nunca podem cobrir todos os pontos que foram abordados nas negociações".
(Fonte: Folha Online)
Cuba diz que COP-15 foi "passo para trás" e vê futuro "incerto" em negociações
O governo de Cuba afirmou hoje que a Cúpula das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), em Copenhague, foi "um passo para trás", uma "farsa antidemocrática' e qualificou de "incerto" o futuro das negociações para a reunião sobre o tema que acontecerá no México, em 2010.O ministro de Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez, afirmou em entrevista coletiva em Havana que a reunião foi um "fracasso" e um "engano" à opinião pública mundial, que se caracterizou pela repressão e a exclusão das ONGs.
"Estou convencido de que Copenhague foi um passo para trás", disse Rodríguez.
O chanceler cubano fez parte da delegação oficial da ilha na reunião que, junto a países como Venezuela, Nicarágua e Bolívia, se opôs ao acordo de mínimos fechado na COP-15.
Rodríguez qualificou de "arrogante, imperial e cínica" a atitude assumida em Copenhague pelo presidente americano, Barack Obama, ao qual também acusou de mentir para a opinião pública.
Segundo ele, Obama jogou com os números ao confirmar que seu país cortará as emissões de gases estufa em 17% até 2020, pois "alterou" as bases de cálculo ao apresentar uma estimativa em comparação com as emissões de 2005, em vez das de 1990.
O ministro criticou que a "nova era" à qual o líder americano se referiu significa esquecer o conceito de responsabilidades comuns e diferenciadas. Segundo ele, aconteceu um "assalto" contra China, Índia, Brasil, África do Sul e todos os países em desenvolvimento.
Por outro lado, afirmou que, durante a Administração de George W. Bush, os Estados Unidos não faziam parte do Protocolo de Kyoto, mas pelo menos existia um "regime internacional".
Mas assinalou que a postura de Obama é diferente à de seu antecessor, porque, "pelo menos", reconhece a existência da mudança climática, sua gravidade e a evidência científica.
Sobre as perspectivas para o próximo fórum sobre o tema, que acontecerá no México em 2010, afirmou que o destino do processo de negociação é "incerto" dada a situação de "sequestro imposta basicamente" pelos EUA.
(Fonte: Folha Online)
Índia diz que emergentes resistiram juntos à pressão na COP 15

Um ministro da Índia disse nesta terça-feira que o país saiu satisfeito da conferência do Clima da ONU, após ter trabalhado juntamente com Brasil, China e África do Sul para resistir à pressão e evitar que limites obrigatórios para emissões de gases de efeito estufa lhe fossem impostos.
Falando ao Parlamento do país, o ministro do Meio Ambiente indiano, Jairam Ramesh, disse que a estratégia na COP 15, encerrada neste fim de semana em Copenhague, fez com que os interesses do país fossem protegidos.
O encontro na capital da Dinamarca, que durou duas semanas, foi concluído sem a adoção de um acordo impondo limites para a emissão de gases causadores do efeito estufa.Um documento assinado pelos Estados Unidos, China, Brasil, Índia e África do Sul foi o único resultado do encontro.
O documento, porém, não estabelece limites à poluição e indica apenas que os países concordam que a temperatura do planeta não pode subir mais de 2ºC, o que gerou muitas críticas, que foram rejeitadas nesta terça-feira por Ramesh.
"O Acordo reconhece o princípio de responsabilidades comuns, porém diferenciadas, e respeita as habilidades dos envolvidos no combate à mudança climática. O Acordo reconhece a necessidade de limitar o aumento da temperatura global até 2050 para menos de 2ºC dos níveis pré-industriais", afirmou.
Força - Ramesh afirmou ainda que o grupo de países que inclui Brasil, África do Sul, Índia e China surgiu como uma força poderosa nas negociações relativas às mudanças climáticas.
Esses países se recusam a adotar metas obrigatórias de cortes das emissões, argumentando que isso deve caber aos países desenvolvidos - que têm responsabilidade histórica pelas emissões dos gases do efeito estufa.
Os países ricos, por outro lado, pressionaram emergentes na COP 15 a aceitar metas obrigatórias e também algum mecanismo de fiscalização dos cortes.
O acordo assinado em Copenhague sofreu duras críticas da oposição e de grupos ambientalistas indianos, que afirmam que o país foi obrigado a abrir mão de sua soberania e concordar com a fiscalização internacional dos esforços do país para cortar as emissões de gases de efeito estufa.
A posição da China gerou críticas também da Grã-Bretanha. O ministro do Meio Ambiente britânico, Ed Miliband, afirmou que o país teria "sequestrado" as negociações na COP 15, acusação que foi rebatida pelo governo da China nesta terça-feira.'Desastre' - Já o ministro do Meio Ambiente da Suécia, Andreas Carlgren, afirmou nesta terça-feira ao chegar para uma reunião com seus colegas da União Europeia em Bruxelas, que a COP 15 foi um "desastre".
Carlgren também culpou a China afirmando que o país "sequestrou" a reunião. Mas ele também incluiu os Estados Unidos entre os culpados.
"Da forma como aconteceu em Copenhague, a maior parte foi para os grandes, para os Estados Unidos e a China e seus seguidores, a respeito do que eles realmente poderiam decidir e garantir que os líderes pudessem concordar com o mínimo denominador comum, então isto foi parte daquele fracasso", afirmou.
Os ministros do Meio Ambiente da União Europeia se reunem para discutir as próximas medidas depois do acordo fechado na COP 15.
(Fonte: G1)

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