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sábado, 15 de março de 2014

Brasileiros patenteiam fármaco contra bactéria da febre reumática

Depois de cerca de 20 anos estudando a Streptococcus pyogenes, capaz de provocar condições como febre reumática e doença reumática cardíaca, pesquisadores brasileiros obtiveram o deferimento da patente nos Estados Unidos de um composto eficaz contra a bactéria, que poderá se transformar em vacina. "Já temos patentes concedidas e emitidas na República Popular da China, na Coreia do Sul e no Japão", disse a pesquisadora Luiza Guilherme, do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. O interesse em uma vacina contra a S. pyogenes é grande, uma vez que se trata de um grave problema de saúde pública. A bactéria é responsável pelo surgimento de infecções comuns em crianças e jovens, como faringite e escarlatina. Em indivíduos com predisposição genética, no entanto, essas infecções podem levar à febre reumática e à doença reumática cardíaca - doenças autoimunes que provocam lesões permanentes e progressivas nas válvulas cardíacas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada ano são registrados no mundo 600 milhões de casos de infecção por S. pyogenes e 15,6 milhões de casos de doença reumática cardíaca, com 233 mil mortes. Denominado StreptInCor, o composto desenvolvido no Laboratório de Imunologia do InCor se mostrou eficaz na indução de resposta imune e seguro quando ministrado em animais sadios. Isso significa que a substância desencadeou anticorpos capazes de combater a infecção, sem causar reações autoimunes. Os testes de laboratório para o desenvolvimento de uma vacina já foram concluídos e o grupo do InCor se prepara para iniciar ensaios em humanos. A formulação final do StreptInCor - a combinação do agente vacinal com hidróxido de alumínio, o composto adjuvante que potencializa a vacina - será realizada em parceria com o Instituto Butantan. Agência Fapesp

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