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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Exposição ao mercúrio ameaça saúde de mais de 10 milhões, diz ONU

Comunidades de países em desenvolvimento estão enfrentando maiores riscos sanitários e ambientais vinculados à exposição ao mercúrio, alertou o Programa das Naçoes Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), em comunicado divulgado na quinta-feira (10). “O mercúrio se mantém como um grande desafio global, regional e nacional em termos de ameaça à saúde humana e ao meio ambiente”, afirmou o diretor do Pnuma, Achim Steiner. De acordo com ele, partes da África, Ásia e América do Sul podem ver um aumento dos níveis de mercúrio no meio ambiente, em decorrência do uso do metal pesado no garimpo em pequena escala e na queima de carvão para geração de eletricidade. A exposição “representa uma ameaça direta para a saúde de dez a 15 milhões de pessoas diretamente envolvidas na mineração do ouro em pequena escala, nesses três continentes”, informou o Pnuma. O anúncio se antecipa a uma grande conferência sobre o mercúrio, que ocorre em Genebra na próxima semana, com o objetivo de concluir as discussões sobre um tratado global para minimizar os riscos da exposição ao mercúrio. Os novos relatórios do Pnuma, que serão divulgados em Genebra, revelam que as emissões de mercúrio decorrentes da mineração artesanal dobraram desde 2005, devido à elevação dos preços do ouro, entre outros motivos. O diretor do programa disse ainda que um estudo realizado pelo Instituto Blacksmith, grupo com sede em Nova York que limpa locais contaminados, revela que um dispositivo de US$ 10,00 (equivalente a R$ 20,00) pode ser usado para aprisionar 90% ou mais do mercúrio usado no garimpo. As principais barreiras ao uso destes métodos mais seguros são as condições socioeconômicas e a baixa conscientização dos riscos vinculados ao mercúrio, destacou o Pnuma. “Nos últimos 100 anos, as emissões antrópicas dobraram a quantidade de mercúrio encontrada a cem metros de profundidade nos oceanos do mundo. Concentrações em águas mais profundas aumentaram 25%”, acrescentou a agência, destacando que grande parte da exposição humana ao mercúrio se deve ao consumo de peixe contaminado. O envenenamento por mercúrio afeta o sistema imunológico e pode levar a problemas como distúrbios psicológicos, perda dos dentes e disfunções nos tratos digestivo, cardiovascular e respiratório. Os informes também destacam um aumento nos níveis de mercúrio no Ártico, onde 200 toneladas da substância são depositadas todos os anos. “Devido à rápida industrialização, a Ásia é o maior emissor regional de mercúrio e responde por quase metade de todas as emissões globais”, destacou o comunicado do Pnuma. O Comitê de Negociação Internacional sobre o Mercúrio ocorre entre 13 e 18 de janeiro em Genebra. Os novos estudos da ONU representam o primeiro relatório global das emissões de mercúrio em rios e lagos. (Fonte: Globo Natureza)

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