quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
Alta de 1º C elevaria em 45% os casos de dengue no Rio, sugere estudo
O aumento da temperatura e da quantidade de chuvas podem influenciar na elevação da quantidade de casos de dengue no Rio de Janeiro, de acordo com estudo brasileiro conduzido por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Fundação Oswaldo Cruz.
A pesquisa, publicada no “Caderno de Saúde Pública”, analisou casos de dengue registrados entre 2001 e 2009 e apontou que, no período estudado, o aumento de 1º C na temperatura mínima registrada em um mês teria elevado em 45% a quantidade de contaminações no mês seguinte. Segundo Adriana Fagundes Gomes, pesquisadora e colaboradora do Instituto de Microbiologia da UFRJ, a temperatura mínima registrada entre os nove anos foi de 21º C.
Outro dado citado é que a elevação da precipitação em 10 milímetros teria resultado no aumento de 6% no número de casos.
O cálculo matemático utilizou dados epidemiológicos divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio, além de informações meteorológicas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Entre 2001 e 2009, segundo a prefeitura do Rio, foram registrados 383.356 casos de dengue. Apenas nos anos de 2003, 2004 e 2005 não houve epidemias da doença na cidade.
A transmissão da dengue está relacionada a muitos fatores; o impacto do clima, apesar de ainda não ser bem entendido, é apontado como crítico ao facilitar análise de risco de epidemias.
A maturação dos ovos do mosquito Aedes aegypti é mais rápida quando a temperatura é maior, o que aumenta a probabilidade de haver o contato entre o mosquito e o ser humano. No entanto, o mosquito não se desenvolve em temperaturas que ficam abaixo de 17º C. No entanto, ela afirma que os dados não podem levar em consideração apenas o fator climático.
“Precisamos trazer este número para a realidade do Rio de Janeiro”, explica a pesquisadora. “É preciso levar em conta, por exemplo, qual o tipo da dengue que está se proliferando, o tamanho da população do mosquito e se os moradores de bairros cariocas já criaram uma imunidade natural à doença — caso já tenham contraído um tipo de vírus da dengue, o corpo cria um anticorpo que resiste a mesma cepa e não desenvolve a doença”, complementa.
Ainda de acordo com a prefeitura, até 17 de dezembro de 2012 o Rio de Janeiro registrou 135.193 casos de contaminação por dengue.
Entenda mais a doença – O ciclo de vida do Aedes aegypti, do ovo à fase adulta, leva de sete a dez dias. Se a verificação e a eliminação dos criadouros for realizada uma vez por semana, é possível interromper esse processo.
O ovo do mosquito é escuro e menor que um grão de areia, razão pela qual é difícil enxergá-lo. Ele é depositado nas paredes do criadouro, que deve ser escovada para a remoção.
Em contato com a água, se ficar no prato, o ovo pode eclodir em dez minutos. E esse é o tempo recomendado para uma checagem semanal em possíveis focos, a fim de combater a proliferação.
A partir da eclosão dos ovos, nascem as larvas, que vivem na água. Por terem tamanho reduzido, semelhante à cabeça de uma agulha de costura, dificilmente são vistas. Elas não gostam de luz forte, e por isso fogem para as beiradas quando se abre a caixa d’água, por exemplo.
Atualmente, não existe nenhum remédio específico para a dengue; o que os médicos fazem é controlar os sintomas que ela causa. Os cientistas tentam também criar uma vacina para a doença, mas ainda não conseguiram.
Governo repassa verba – O Ministério da Saúde divulgou nesta terça que vai repassar R$ 173,2 milhões a todos os municípios do país para intensificar ações de combate ao mosquito transmissor da dengue.
Segundo o governo federal, R$ 143,6 milhões serão destinados às prefeituras e R$ 29,7 milhões às secretarias estaduais. No verão passado o Ministério repassou R$ 92 milhões para 1.180 municípios. (Fonte: G1)
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