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domingo, 18 de outubro de 2009

Alimentos que parecem baixar o colesterol

Linhaça

A linhaça é a principal fonte vegetal de ácido graxo ômega-3 alfa-linolênico (AAL). Ela também possui fibra solúvel, que tem um efeito protetor sobre a doença coronariana. O AAL, encontrado somente nos alimentos vegetais, é considerado um ácido graxo essencial porque o corpo não consegue produzi-lo - ele precisa ser fornecido através de dieta. Além da linhaça e do óleo de linhaça, outras fontes excelentes de AAL incluem nozes pecan, óleo de canola, óleo de soja e verduras.

Conforme o Instituto de Medicina, as mulheres deveriam ingerir 1,1 g de AAL por dia, e os homens, 1,6 g, que estão de acordo com a quantidade consumida por um adulto americano. Nosso corpo pode transformar parte do AAL - cerca de 15% - em DHA (Ácido docosahexaenóico) e EPA (Ácido eicosapentaenóico), os Ácidos graxos com ômega-3 encontrados no peixe, mas uma dieta rica em gordura trans e gordura poliinsaturada pode inibir essa conversão. Por isso, não conte com o AAL como principal fonte de DHA e EPA.

O AAL não é tão bom para seu coração, como o DHA e o EPA? Alguns estudos mostraram que o consumo superior a 2,8 g de AAL por dia reduz o risco de doença cardiovascular. O Nurses' Health Study (o famoso, Estudo Americano das Enfermeiras), descobriu que as mulheres que consumiam mais AAL (uma média de 1,4 g por dia) apresentavam uma redução de 45% no risco de infarto fulminante, comparadas às mulheres que consumiam quantidade menor (uma média de 0,7 g por dia). Entretanto, apesar dessa evidência, não há certeza de que a linhaça ou o óleo de linhaça diminua os níveis de colesterol no sangue.
Lecitina

A lecitina, um pó produzido comercialmente a partir da soja, é usada como emulsificante para impedir que a água e a gordura se separem nos alimentos e pode ser encontrada na margarina, chocolate, alimentos assados e cereais. Ela também pode ser encontrada naturalmente na gema de ovo. Além disso, o fígado humano produz a lecitina, e o cérebro e os nervos possuem uma grande quantidade dessa substância, importante para a realização da transmissão dos impulsos nervosos através do corpo. Como parte da estrutura das lipoproteínas, a lecitina funciona no transporte dos triglicerídeos e do colesterol pelo sangue.

A lecitina é um suplemento alimentar popular, que supostamente melhora a memória, além de ajudar com uma série de doenças, como artrite, cálculos biliares e doenças da pele, entretanto, as evidências científicas que sustentam essas afirmações são inconclusivas. Os suplementos de lecitina também foram usados como um método para baixar o colesterol no sangue, mas um pequeno estudo em homens com níveis elevados de lipídios no sangue descobriu que, após quatro semanas consumindo 20 g de lecitina por dia, não houve efeito significativo no colesterol total, no colesterol LDL, no colesterol HDL ou no triglicerídeos.

Um dos produtos da digestão da lecitina no corpo é o ácido linoleico, um ácido graxo poliinsaturado. Como a gordura poliinsaturada pode diminuir o colesterol no sangue, é possível que o ácido linoleico seja o responsável pelo efeito de redução do colesterol, comumente atribuído à lecitina. Nesse caso, os óleos vegetais constituem uma fonte mais econômica de ácido linoleico do que os suplementos de lecitina, pois os óleos vegetais podem fornecer mais ácido linoleico pelo mesmo valor.
Soja

Ao longo dos anos, a soja ganhou bastante atenção por seu papel importante na redução do colesterol no sangue. Em 1995, uma avaliação de 38 ensaios clínicos descobriu que, em média, a proteína de soja diminuiu o colesterol total em mais de 9% e o colesterol LDL em aproximadamente 13%. Entretanto, a resposta à proteína de soja dependia do nível de colesterol no sangue antes do início do tratamento. As pessoas com níveis de colesterol total superiores a 335 mg/dia tiraram maior proveito, enquanto as com níveis de colesterol inferiores a 260 mg/dia apresentam apenas uma diminuição modesta dos níveis.

Em 1999, com base nas pesquisas feitas, o Food and Drug Administration aprovou os produtos que continham no mínimo 6,25 g de proteína de soja por porção afirmando que as dietas pobres em gordura saturada e colesterol que incluem 25 g de proteína de soja por dia podem reduzir o risco de doença cardíaca.

Mas nem todas as pesquisas realizadas nos últimos dez anos concluíram que a proteína de soja diminui o colesterol. Em 2006, o Comitê de Nutrição da Associação Americana para o Coração analisou 22 estudos sobre a proteína de soja e descobriu que uma grande quantidade dela - na verdade, cerca de metade da proteína diária total consumida em um dia - diminuía o colesterol em apenas 3%, aproximadamente. Ao avaliar 19 estudos sobre as isoflavonas, um componente da soja, o Comitê não encontrou evidências de redução do colesterol LDL.

Os efeitos benéficos da soja podem estar na substituição dos produtos de origem animal, que são ricos em gordura saturada e colesterol, por produtos de soja, como tofu, nozes de soja e hambúrguer de soja, que são pobres em gordura saturada e ricos em gordura poliinsaturada, fibra e nutrientes.
Fonte: Doenças e tratamentos

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