domingo, 17 de novembro de 2013
Cigarro eletrônico carece de dados sobre prejuízos, dizem especialistas
Cientistas, especialistas, políticos e representantes da indústria se reuniram na Real Sociedade de Londres nesta terça-feira (12) para discutir os prós e contras do cigarro eletrônico e destacaram que, até o momento, não há informações suficientes sobre os efeitos nocivos desse dispositivo, sobretudo a longo prazo.
Esses aparelhos em forma de caneta são alimentados por uma bateria e simulam o fumo ao aquecer e vaporizar uma solução líquida que contém nicotina. O uso do “e-cigarro” em todo o mundo tem se popularizado, e estima-se que hoje já haja 7 milhões de adeptos. No Brasil, porém, a importação e a comercialização do produto estão proibidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009.
Segundo as autoridades sanitárias dos países ocidentais, ainda é cedo para avaliar os impactos a médio e longo prazo de um fenômeno recente como esse. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a segurança dos cigarros eletrônicos ainda não foi comprovada cientificamente, assim como a eficiência dos sistemas eletrônicos de administração de nicotina com o objetivo de fazer alguém parar de fumar.
A diretora executiva do grupo de pressão antitabaco ASH, Deborah Arnott, diz que os “e-cigarros” podem permitir avanços na saúde pública, mas adverte que ainda não há informações suficientes sobre seus efeitos. Segundo ela, a indústria do tabaco está começando a controlar a fabricação desses produtos.
“A ASH acredita que os cigarros eletrônicos têm um potencial significativo e são muito menos prejudiciais que o tabaco. No entanto, sem regulamentação, sua segurança e eficácia não estão garantidas”, disse Deborah à AFP.
Além disso, para a diretora, “se eles chegam a ter agentes cancerígenos, não veremos seus efeitos imediatamente, mas 10, 15 ou 20 anos depois é que as pessoas vão morrer disso”, acrescentou.
‘E-cigarro poderia salvar vidas’ – Segundo os defensores do cigarro-eletrônico, relatórios científicos e médicos apontam cada vez mais que os prejuízos do produto são muito inferiores aos dos cigarros reais. De acordo com Jacques Le Houezec, consultor em saúde pública e dependência do tabaco, os “e-cigarros” contêm algumas substâncias nocivas, mas seus níveis de toxicidade são de 9 a 450 vezes inferiores aos dos verdadeiros.
Para o grupo defensor da novidade, o dispositivo também é uma forma relativamente eficaz de abandonar o vício e poderia salvar a vida de milhões de fumantes em todo o planeta.
“Os cigarros matam 5,4 milhões de pessoas por ano no mundo”, avaliou Robert West, professor de saúde mental e diretor de estudos sobre tabaco na Escola Universitária de Londres (UCL).
Segundo ele, o uso de cigarros eletrônicos pode salvar milhões de vidas, mas seria preciso saber “se é possível alcançar esse objetivo e como atingi-lo da melhor forma”.
Cigarro eletrônico x adesivo – Um estudo neozelandês publicado em setembro pela revista científica “The Lancet” sustentou que o cigarro eletrônico é “pelo menos igual em eficácia aos adesivos de nicotina” para ajudar um fumante a abandonar o vício.
A principal crítica ao produto é que, embora ele possa ajudar uma pessoa a deixar o tabaco, também pode incentivar o fumo em muitos jovens que nunca o fizeram, criando dependência em nicotina e, por fim, levando-os ao tabagismo. (Fonte: G1)
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