sexta-feira, 16 de agosto de 2013
Mudanças climáticas estariam empurrando espécies marinhas para os polos a uma velocidade de 72 km por década
“A linha de frente da distribuição das espécies marinhas está se movimentando em direção aos polos a uma média de 72 quilômetros por década – o que é consideravelmente mais rápido do que as espécies terrestres, que estão migrando para os polos a uma velocidade de seis quilômetros por década. E isso está acontecendo mesmo com as temperaturas da superfície dos oceanos se aquecendo três vezes mais lentamente do que em terra firme”, resume Elvira Poloczanska, coautora de um novo estudo publicado nesta semana no periódico Nature Climate Change.
O trabalho, que levou três anos para ser concluído, é resultado dos esforços de mais de uma dezena de pesquisadores de 17 instituições, e foi financiado pela Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos.
“Os efeitos das mudanças climáticas sobre as espécies marinhas ainda não foram um grande objeto de análise dos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) porque ninguém tinha reunido as diferentes observações existentes pelo mundo. Este estudo fornece uma base sólida para incluir os impactos marinhos nas medições de como as mudanças climáticas estão afetando nosso planeta”, explicou Carrie Kappel, coautora e pesquisadora do Centro Nacional para Análise e Síntese Ecológica da Universidade de Santa Barbara.
Além da migração acelerada, o estudo afirma que estão sendo vistas mudanças na alimentação, reprodução e na fenologia – relação dos ciclos dos seres vivos com o meio ambiente – das espécies marinhas devido ao aquecimento dos oceanos.
Para chegar a essas conclusões, os autores reuniram dados sobre 1735 mudanças na vida marinha documentadas na literatura científica.
No total, até 83% dessas observações, sejam sobre distribuição, fenologia, composição comunitária, abundância ou demografia, estão dentro do que seria esperado em oceanos sob os impactos do aquecimento global.
“O que revelamos é que as alterações vistas em terra são também encontradas nos oceanos. Para piorar, o que percebemos é uma resposta ainda mais dramática das espécies marinhas do que das terrestres às mudanças climáticas”, declarou Camille Parmesan, do Departamento de Biologia Integrativa da Universidade do Texas.
Citação: Global imprint of climate change on marine life, doi:10.1038/nclimate1958
Autor: Fabiano Ávila - Fonte: Instituto CarbonoBrasil
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário