Páginas

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Dromedários podem transmitir vírus mortal, diz pesquisa

Dromedários podem ser os responsáveis por transmitir a humanos um vírus mortal que surgiu no ano passado, aponta uma nova pesquisa. Testes indicaram que o vírus Mers (sigla em inglês para Síndrome Respiratória Coronavírus do Oriente Médio), ou uma cepa muita parecida, tem circulado nesses animais, transformando-os em potenciais transmissores da doença. O estudo foi publicado na revista “Lancet Infectious Diseases”. Os cientistas dizem, por outro lado, que são necessárias mais pesquisas para confirmar as descobertas. O coronavírus Mers surgiu no Oriente Médio no ano passado. Até agora, foram confirmados 94 casos de infecção e 46 mortes em todo o mundo. Ainda que haja registros de transmissão do vírus entre seres humanos, na maior parte dos casos a contaminação se dá pelo contato com um animal, acreditam os pesquisadores. Mas, até agora, eles ainda não conseguiram descobrir em quem o primeiro foco surgiu. Experimento – Para conduzir o estudo, uma equipe internacional averiguou amostras de sangue de animais destinados à pecuária, como camelos, ovelhas, cabras e vacas de diferentes países. Nas cobaias, eles testaram anticorpos – proteínas produzidas para combater infecções – que podem permanecer no sangue mesmo depois de o vírus ter deixado o organismo hospedeiro. “Descobrimos nos dromedários os anticorpos que acreditamos ser específicos do coronavírus Mers ou de um vírus muito similar”, afirmou Marion Koopmans, do Instituto Nacional de Saúde Pública da Holanda. A equipe identificou níveis baixos de anticorpos em 15 dos 105 dromedários das Ilhas Canárias, localizadas no Oceano Atlântico e pertencentes à Espanha, e altos níveis em cada um dos 50 dromedários testados em Omã, sugerindo que o vírus circulou nesse país mais recentemente. Nenhum caso de infecção pelo coronavírus Mers em humanos foi registrado em Omã ou nas Ilhas Canárias. Os cientistas dizem agora que precisam testar amostras mais amplas para saber se a infecção está presente em mais lugares. O experimento incluiria análises de dromedários na Arábia Saudita, país que concentra hoje o maior número de casos de infectados. Prioridade – Segundo Koopmans, “trata-se de um indício, não de uma prova definitiva”. Para o professor Paul Kellam, da Wellcome Trust Sanger Institute, em Cambridge, e da Universidade College London, a pesquisa ajuda a estreitar a busca pela fonte do vírus. Mas ele disse à BBC que “a prova definitiva só se dará a partir do isolamento do vírus de um animal infectado ou do sequenciamento do genoma desse animal”. Autoridades de saúde dizem que a confirmação de onde o vírus surgiu é prioridade neste momento. Estatísticas indicam que o vírus não é contagioso o bastante para representar uma ameaça global, e ainda se encontra em um patamar em que sua transmissão pode ser interrompida. (Fonte: G1)

Nenhum comentário: