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sexta-feira, 12 de abril de 2013

Medicamento mostra eficácia contra vírus H7N9 da nova gripe aviária

H7N9 Depois de negar indícios iniciais de que o vírus H7N9 estaria sendo transmitindo entre humanos, autoridades chinesas agora anunciaram medicamentos que se mostraram eficazes contra a doença. O órgão de saúde do país (CFDA - China Food and Drug Administration) anunciou estar tendo bons resultados com a aplicação do medicamento peramivir diluído em solução salina. O peramivir - um inibidor de neuraminidase - é medicamento para gripe com eficácia para infecções dos tipos A e B - o vírus H7N9 pertence ao subtipo A da influenza. Segundo a autoridade chinesa, o medicamento, que tem aplicação intravenosa, é adequado para pacientes com gripe grave, que não pode ser tratada com medicamentos inaláveis ou tomados oralmente. As ações do fabricante do medicamento, a empresa norte-americana BioCryst, subiram 29% após o anúncio. Medicina chinesa A autoridade chinesa também cita em sua nota a importância do uso de medicamentos da medicina tradicional chinesa no tratamento dos primeiros sintomas da gripe, embora não associe nenhuma erva com os tratamentos do atual surto de H7N9. Em entrevista, o ministro da saúde do país citou como principal alternativa o composto conhecido como ban lan gen, um extrato fermentado da planta Isatis tinctoria L. Nova gripe aviária A Organização Mundial da Saúde afirma que não se trata de uma epidemia, confirmando informações das autoridades de saúde da China de que não há indícios de que o vírus H7N9 possa ser transmitido entre humanos, como chegou a se suspeitar inicialmente. O número de pessoas infectadas pelo H7N9 agora já chega a 18, com seis mortes. Para tentar estancar a transmissão de aves para humanos, a China interrompeu a comercialização de aves e produtos derivados na região afetada pelo surto, até agora limitado à região de Xangai. A maioria das pessoas identificadas com a nova gripe aviária apresentou sintomas de grave pneumonia, tais como congestão no peito, dificuldade de respirar, febre e tosse severa. Vírus H7N9 que só infectava aves sofre mutação e pode contaminar humanos A Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que o vírus H7N9, que até então só afetava aves, sofreu mutações para uma forma capaz de infectar as pessoas. "Foi detectada uma mutação do vírus que permite a infecção em mamíferos", disse o porta-voz da OMS, Gregory Hartl. "Aparentemente a mutação facilita a infecção em humanos." Já são nove os casos confirmados pelas autoridades chinesas de pessoas infectadas pelo vírus H7N9, com três mortes. No entanto, o porta-voz da ONU disse que "não há qualquer prova" de contágio entre pessoas. Segundo ele, uma das probabilidades é que a infecção "seja ambiental". Se este for o caso, há uma chance de que a doença possa se esgotar e nunca sofrer mutação total para uma forma humana de gripe. Por outro lado, o porta-voz considerou de "moderada a alta" a possibilidade de novas infecções de humanos. As autoridades sanitárias chinesas não conseguiram estabelecer relações epidemiológicas entre os infectados associando os casos às áreas geográficas. Há estudos sobre dois casos de pessoas que mantiveram contatos com aves e dois com porcos. A possibilidade de os suínos serem a fonte de contágio não foi confirmada. O especialista Ab Osterhaus, do Erasmus Medical Centre (Holanda), que está analisando o DNA do H7N9, afirmou que as sequências genômicas mostram mutações genéticas que devem colocar as autoridades em alerta, justificando maior vigilância em animais e humanos. "O vírus de certa forma já se adaptou a espécies mamíferas e a seres humanos, então desse ponto de vista é preocupante", disse ele à agência Reuters. Os primeiros dados indicam que o H7N9 produz sintomas brandos nas aves, o que pode dificultar sua detecção. Contudo, segundo os especialistas, isto não significa que, ao atingir os humanos, o vírus produza apenas uma gripe leve - na verdade, os primeiros casos apresentam uma taxa de mortalidade muito elevada (30%). Outras cepas de gripe aviária, como a H5N1, têm circulado por muitos anos e podem ser transmitidas de ave para ave, e das aves para o ser humano, mas não de humano para humano. No ano passado, uma polêmica internacional envolveu o trabalho de dois grupos de cientistas que induziram mutações genéticas em laboratório que tornaram o vírus H5N1 transmissível entre mamíferos. Não há registro de trabalhos semelhantes com a nova cepa H7N9. Redação do Diário da Saúde

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