sexta-feira, 5 de abril de 2013
A incrível bactéria que transforma hospedeiros machos em fêmeas e os permitem se reproduzirem assexuadamente
A ciência ainda tem muito a aprender sobre doenças transmitidas por mosquitos, carrapatos e similares. Os mecanismos com o qual eles chegam ao ser humano são conhecidos, mas pouco se sabe da relação entre eles, na condição de hospedeiros, e os verdadeiros agentes – as bactérias ou vírus que eles carregam. Na busca para aprender mais sobre o assunto, o Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NIH, na sigla em inglês) fez uma descoberta incrível: uma bactéria que muda até o sexo do hospedeiro!
O nome da fera é Wolbachia. Trata-se de um gênero de bactérias relativamente comum e conhecido dos cientistas há quase 90 anos. A Wolbachia é dona de uma “versatilidade” imensa, capaz de infectar mais de um milhão de espécies de insetos, artrópodes e vermes pelo mundo afora.
Mas infectar é pouco para ela. A bactéria altera a vida reprodutiva do hospedeiro em questão. Algumas matam apenas os hospedeiros machos. Outras transformam os machos em fêmeas desativando certos hormônios. Há as que tornam as hospedeiras fêmeas capazes de se reproduzir assexuadamente. E algumas permitem que apenas os embriões de fêmeas infectadas consigam sobreviver, matando os embriões machos.
Os meios com os quais elas fazem tudo isso ainda não estão claros para os cientistas. Há até poucos anos, acreditava-se que uma bactéria infectante não sofria mais evolução depois de entrar na célula de um hospedeiro. Esta crença foi derrubada com estudos recentes, que provaram que as bactérias Wolbachia podem se mover de uma célula a outra dentro do hospedeiro, e mais: carregam dentro de si um vírus que pode inserir elementos genéticos novos a elas.
Entender melhor o que acontece com as bactérias Wolbachia pode ser a chave para controlar um sem-número de doenças pelo mundo. Elefantíase e dengue são exemplos de males altamente disseminados pelo mundo, transmitidos por vermes e mosquitos – respectivamente – que têm uma relação estreita com tais bactérias. Os cientistas pretendem, dessa maneira, usar a Wolbachia a favor da saúde pública. [Live Science / Immortality Medicine]
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