quinta-feira, 25 de abril de 2013
Gorbachev pede uma ‘perestroika’ das políticas ambientais globais
O ex-presidente soviético, Mikhail Gorbachev, pediu nesta quinta-feira (18) uma “perestroika” (reestruturação, em russo) das políticas ambientais para reduzir a brecha existente entre países ricos e pobres, além de revolucionar a maneira que a população valoriza a vida do planeta.
“Nas últimas duas décadas, a comunidade internacional não conseguiu responder às ameaças que pesam sobre a humanidade e o meio ambiente, e está adiando os benefícios econômicos de curto alcance”, disse Gorbachev, fundador da organização não-governamental internacional Cruz Verde.
De acordo com as agências internacionais Associated Press e EFE, o último presidente soviético, ativista ambienta há anos, falou em uma conferência de imprensa realizada na Suíça, onde apresentou o calendário de atividades de sua ONG, que prepara a comemoração de 20 anos de fundação.
“Mais de vinte anos atrás percebi que a situação ambiental era alarmante, que estava tomando um rumo destrutivo e que políticos e empresários não seriam capazes de lidar com esta difícil tarefa. Uma organização internacional era necessária para proteger o meio ambiente”, explica.
Ele se mostrou preocupado com os desafios que permanecem no mundo e com a falta de êxito no alcance de objetivos globais. “A população mundial vai atingir 9 bilhões de pessoas em 2050. Essa pressão demográfica, aliada a uma economia danificada e à exploração de recursos naturais sem supervisão, poderá aumentar o sofrimento humano, a pobreza, reduzir a segurança humana e causar mais degradação e conflitos ambientais”, complementa.
O pai da “perestroika”, política de transparência que levou à desintegração do bloco comunista soviético entre os anos 1980 e 1990, acrescentou que os esforços atuais para enfrentar os desafios da humanidade não têm sido suficientes e há uma falta de liderança e visão.
“Precisamos da união de políticos, empresários e sociedade civil para promover a mudança. É preciso também uma mudança no modelo de crescimento econômico e global, que só trouxe injustiça e desastres ambientais”, complementa. (Fonte: G1)
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