sexta-feira, 12 de abril de 2013
Gelo de 1.600 anos nos Andes ‘desapareceu’ em 25 anos, diz cientista
Cientistas da Universidade Estadual de Ohio estudaram uma geleira na região dos Andes, no Peru, e obtiveram detalhes impressionantes sobre a história climática da Terra, segundo um estudo publicado nesta semana na revista “Science Express”.
Chamada de Quelccaya, a geleira tem mais de 6 mil anos, segundo os cientistas. Ela está passando por um processo de derretimento constante e perdeu parte da cobertura de gelo acumulada em quase dois milênios num período de 25 anos (as imagens acima refletem um período de 30 anos), segundo um dos autores do estudo, professor Lonnie Thompson, em entrevista ao “New York Times”. O degelo foi tão grande que um trecho congelado na região de Qori Kalis “desapareceu” e deu lugar a um lago.
Blocos de gelo que contam a “história congelada da área” foram guardados em freezers a -30º C para análises posteriores, disse Thompson, em nota da universidade. Ele afirmou ao “New York Times” que restos de plantas expostos nas margens da geleira com o derretimento também estão sendo analisados pelos cientistas.
Algumas plantas chegam a ter 6,3 mil anos, diz Thompson. Ao estudar o decaimento do carbono nos restos de vegetais, os pesquisadores descobriram que eles “envelheceram” pouco no período, o que indica que o gelo existente ali é milenar.
“Se em algum momento dos últimos 6 mil anos estas plantas estivessem sido expostas por um período de cinco anos, por exemplo, haveria decaimento”, disse Thompson. A explicação mais simples, segundo ele, é que o gelo acumulado nos últimos 1,6 mil anos derreteu em não mais que 25 anos.
O aquecimento global está tendo efeitos maiores em regiões de grande altitude e de grande latitude, ponderam os cientistas. Segundo eles, o Quelccaya “parece ser muito sensível” às mudanças climáticas que vêm ocorrendo no planeta.
Blocos de gelo – Os pesquisadores dataram dois grandes blocos de gelo extraídos da região, que têm uma riqueza de detalhes “formidável”, dizem. Os blocos podem ser usados como “ferramentas” detalhadas para estudar o passado climático da Terra, principalmente na região tropical.
Os objetos têm grandes semelhanças com outros blocos de gelo extraídos do Himalaia e do Tibete, diz a pesquisa. “Padrões na química de algumas camadas dos blocos são idênticos, mesmo que os dois ‘núcleos’ gelados tenham sido extraídos de lados opostos do globo”, afirma uma nota da instituição. (Fonte: G1)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário