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sexta-feira, 5 de abril de 2013

Cientistas debatem possível vacina para novo vírus da gripe aviária

Pesquisadores, médicos e especialistas do mundo todo estão envolvidos em debates diários sobre a ameaça do vírus da gripe aviária H7N9, uma nova cepa da doença surgida na China, incluindo discussões sobre se e quando começar a produzir uma vacina. Qualquer decisão para produzir em massa vacinas contra a gripe H7N9 não será tomada rapidamente, já que isso significa sacrificar a produção de vacinas sazonais. Cientistas advertem pode levar meses para que um modelo final da vacina chegue ao mercado. Amostras do vírus foram compartilhadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com centros de pesquisa em Atlanta, nos EUA; Pequim, na China; Londres, na Grã-Bretanha; Melbourne, na Austrália; e Tóquio, no Japão. Estes grupos estão analisando as amostras para identificar o melhor candidato a ser utilizado na manufatura da vacina, se isso for necessário. Ainda é um grande “se”, ressaltam os pesquisadores, mesmo supondo que a nova doença vai continuar a se disseminar. Segundo a agência de notícias chinesa Xinhua, até agora 14 casos de infecção com a gripe foram registrados no país, sendo seis em Xangai e quatro em Jiangsu. Cinco mortes foram confirmadas pela agência estatal. “É uma decisão incrivelmente difícil [produzir a vacina], porque assim que ela for tomada, teremos que deixar de produzir fazer sazonais e começar a produzir para este vírus”, disse Jeremy Farrar, especialista em doenças infecciosas e diretor de uma unidade de pesquisa da Universidade de Oxford instalada no Vietnã. A produção de uma nova vacina pode significar a falta de imunização contra a gripe comum, que, embora não seja grave na maioria das pessoas, ainda causa milhares de mortes pelo mundo. Maior fabricante de vacinas da gripe do mundo, o Sanofi Pasteur afirma estar em contínuo contato com a OMS, através da Federação Internacional de Fabricantes e Associações Farmacêuticos, mas que ainda é cedo para tomar qualquer decisão. Outros importantes fabricantes de vacina da gripe incluem as empresas GlaxoSmithKline e a Novartis. Resultados de testes preliminares sugerem que a nova cepa da gripe responde ao tratamento com os medicamentos Tamiflu e Relenza, segundo a OMS. Ainda não há evidências de transmissão da gripe H7N9 de pessoas para pessoas, e cientistas não sabem qual o potencial da cepa para se desenvolver em uma pandemia humana. Wendy Barclay, virologista do Imperial College London, disse que um importante argumento contra agir cedo demais é o financeiro. “Existe a possibilidade de que pesquisadores da gripe corram para trabalhar no H7N9, e que subsídios sejam concedidos para pesquisa intensiva para desenvolver vacinas. Isso poderia significar jogar dinheiro pelo ralo”, disse ele, refletindo que os atuais mecanismos de combate ao vírus podem ser eficientes “o suficiente para que não tenhamos que nos preocupar com isso”. Barclay disse que os cientistas deveriam primeiro se concentrar em obter “a biologia prática e a análise sequencial” do vírus antes de decidirem agir. (Fonte: G1)

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