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domingo, 24 de março de 2013

Técnicas de preservação permitem plantar e colher em meio à seca no SE

No sertão de Sergipe, a seca impõe sacrifícios. Água encanada é raridade, para matar a sede das famílias e dos animais, a fonte são os açudes e os barreiros, que por causa das chuvas irregulares e mal distribuídas, tornam incerta a lida do agricultor. Mas nem tudo é desolação. Na zona rural de Porto da Folha, no sertão do estado, uma pequena propriedade se destaca na paisagem árida: o ‘Sítio Verde’. Maria Aparecida Graças conhece bem o sofrimento provocado pela seca, mas não se lembra a última vez em que caminhou longas distâncias para conseguir água. No sítio de um hectare, ela guarda trancada com cadeado, duas preciosidades: as cisternas da família para captar água da chuva, que desde que foram instaladas, mudaram completamente a vida da agricultora. Tudo começou há cerca de 10 anos quando Aparecida descobriu que apesar das dificuldades era possível viver de um jeito mais fácil no isolamento da terra seca. Aparecida contou com a ajuda da Asa Brasil, organização não-governamental, que repassa técnicas para as comunidades rurais, ensinando projetos de convivência com a seca. Com as cisternas, Aparecida aprendeu mais do que guardar água, aprendeu a produzir e hoje retira da aridez o alimento de todo dia. Uma cisterna de 16 mil litros é para uso doméstico. Outra maior de 52 mil litros é usada na produção de alimentos e criação de animais, água que deve durar todo o período de estiagem. “Hoje eu me sinto uma agricultora experimentadora e multiplicadora, mostrando como é possível viver no semiárido”, conta. No sítio, outra experiência importante em Sergipe é o biodigestor, equipamento que garante gás de cozinha usando esterco. Tudo se decompõe e vira gás natural, que segue por canos e mangueiras até o fogão. Tudo o que aprendeu, a agricultora repassa para a comunidade. As mulheres criaram uma associação e trocam experiências sobre o aproveitamento da água. (Fonte: Globo Rural)

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