sábado, 9 de março de 2013
Cura funcional de bebê cria esperança de geração sem AIDS
O UNAIDS, programa da ONU para o combate à AIDS, comemorou a notícia de que uma criança de 2 anos pode ter sido completamente curada do vírus HIV nos Estados Unidos.
Em comunicado, a ONU afirma que, se os resultados forem confirmados, este será o primeiro caso documentado de uma criança com o vírus HIV que parece não ter mais níveis detectáveis do vírus após parar o tratamento.
"Essa notícia nos dá muita esperança de que uma cura para o HIV em crianças é possível e pode ser um passo a mais rumo a uma geração livre da AIDS", disse o diretor executivo da UNAIDS, Michel Sidibé, em comunicado oficia.
"Isso também ressalta a necessidade de pesquisa e inovação, especialmente na área do diagnóstico precoce."
Só para crianças
Médicos norte-americanos revelaram neste domingo que uma menina soropositiva do estado do Mississippi, com 2 anos e meio de idade, não demonstra sinais de infecção pelo HIV após deixar o tratamento por cerca de um ano.
A virologista Deborah Persaud, da Universidade Johns Hopkins em Baltimore, apresentou os resultados do tratamento na Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas em Atlanta.
"É uma prova do conceito de que o HIV pode ser potencialmente curável em crianças", disse.
Os médicos falam sobre "cura funcional" porque nenhum exame disponível conseguiu detectar o HIV na garota - mas, como esses exames têm limitações de precisão, é possível que o vírus reapareça mais tarde.
Mais exames também serão necessários para assegurar que o tratamento - que foi iniciado 30 horas após o nascimento da menina - funcionaria para outras crianças.
Especialistas afirmam que o tratamento parece ser interessante para crianças, mas não seria a rota para cura da AIDS em adultos.
Coquetel antivírus
O caso do bebê do Mississippi envolveu um coquetel de drogas disponíveis no mercado, conhecido como terapia antirretroviral, que já é usado para tratar a infecção em crianças.
Os resultados sugerem que o tratamento rápido aniquilou o vírus antes que ele pudesse se depositar em "esconderijos" no organismo, os chamados reservatórios de células dormentes.
Se a garota americana continuar saudável, esse será o segundo caso documentado de um soropositivo que consegue se livrar do vírus HIV.
Em 2007, Timothy Ray Brown se tornou a primeira pessoa. Sua infecção foi erradicada por meio de um tratamento elaborado para a leucemia, que envolveu a destruição de seu sistema imunológico e um transplante de medula de um doador com uma mutação genética rara que resistia à ação do vírus.www.diariodasaude.com.br
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