sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Novas cepas de gripe suína podem infectar humanos, diz estudo
Cientistas aconselham vigilância mundial com as variações de cepas de gripe em suínos.
Ninguém sabe onde e quando a próxima pandemia de gripe virá. Agora, os cientistas têm evidências de que cepas de gripe encontradas com frequência em rebanhos suínos podem sofrer mutações de modo a infectar humanos e se espalhar facilmente entre a população. Um novo estudo publicado na última segunda-feira, 10, na revista especializada Proceedings of the National Academy of Sciences, descobriu que uma cepa de gripe isolada de suínos foi capaz de infectar furões e os matar com facilidade. Os furões são comumente utilizados nos estudos da gripe humana por manifestarem muitos dos mesmos sintomas e reações que os humanos.
De acordo com o co-autor do estudo, o virologista Richard Webby, embora esse vírus em particular não represente uma ameaça para a saúde humana, pois é semelhante ao da gripe suína H1N1, que tem circulado entre as pessoas desde 2009, os resultados do estudo reforçam a necessidade de vigilância global.
Cientistas sul-coreanos que trabalham com Webby e seus colegas analisaram quatro cepas do vírus influenza A, coletadas de um matadouro de suínos. Eles concentraram seus experimentos sobre os chamados vírus com rearranjo triplo, que contêm uma mistura de propriedade genética de aves, humanos e suínos.
Estas cepas, que infectaram granjas na Coreia do Sul durante a última década, tiveram origem na América do Norte e provavelmente foram introduzidas na Ásia através da importação de gado. Vírus similares ainda infectam rebanhos suínos nos EUA e, por vezes, causam a doença nos animais.
Os cientistas infectaram os furões com os vírus através das vias respiratórias, e uma das quatro cepas introduzidas causou doença grave nos animais. Dos três furões inoculados, um morreu e dois foram sacrificados porque estavam muito doentes. Para testar se o vírus se espalha facilmente, furões saudáveis foram colocados em gaiolas ao lado de furões infectados, perto o suficiente para serem expostos a gotículas de espirro, mas não perto o suficiente para que os animais tivessem contato. Um morreu, outro ficou doente e foi sacrificado e o terceiro se manteve saudável, embora as alterações de seu sistema imunológico mostraram que ele tinha sido exposto ao vírus.
Os pesquisadores descobriram que o vírus passou por duas mutações após ter sido transmitido dos suínos para os furões, permitindo uma doença grave e uma propagação fácil entre os animais de espécies distintas. Uma das mudanças foi na proteína chamada hemaglutinina, que tornou a doença mais perigosa, e a outra mutação alterou a estrutura da proteína neuraminidase, permitindo que o vírus rompesse a barreira da célula e passasse a infectar outras células. Embora os pesquisadores não saibam ao certo se o vírus pode infectar pessoas, os resultados com furões sugerem que sim.
Segundo a virologista Nancy J. Cox, diretora do departamento de influenza do Centro para Controle e Prevenção de Doenças, em Atlanta, a mensagem é que a vigilância da gripe suína precisa ser melhorada em todo o mundo: “Estamos preocupados não é tanto com este vírus em particular”, disse Cox. ”É com todos os vírus que podem estar em populações de suínos em outras partes do mundo.”
* Publicado originalmente no Los Angeles Times e retirado do site Opinião e Notícia.
(Opinião e Notícia)
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