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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Cientistas reconstroem vírus da gripe espanhola de 1918

Manipulação de vírus Cientistas do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos reconstruíram o vírus influenza que causou a chamada gripe espanhola. Em 1918, o vírus matou cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo. Usando genes recuperados de amostras do vírus original, e acrescentando-os a genes de uma versão benigna do H1N1, os cientistas reconstruíram o vírus original. Embora haja preocupações de que a técnica possa ser usada para criar versões de vírus mortais, os cientistas afirmam que o conhecimento novo trazido pelo experimento ajudará a enfrentar pandemias causadas por versões naturais dos vírus. Desta vez, o experimento não causou a polêmica de um estudo parecido, no qual cientistas induziram em laboratório mutações no vírus da gripe aviária que o tornaram transmissível aos seres humanos, que chegou a ter sua publicação rejeitada por duas revistas científicas. Família de vírus Sequenciando o vírus de 1918, os cientistas conseguiram confirmar que os vírus que causaram as pandemias de influenza de 1957, 1968 e 2009 eram todos descendentes do vírus de 1918. Efeitos da gripe espanhola ainda persistem A descoberta tem impactos diretos sobre as políticas públicas de enfrentamento das pandemias. Por exemplo, no caso da pandemia de 2009, os idosos foram eleitos como candidatos preferenciais para receber as vacinas contra a gripe. Contudo, o estudo mostra que o mais correto a fazer seria ter vacinado as pessoas mais jovens. As pessoas mais jovens, que nunca haviam sido expostas ao vírus de 1918 e aos seus descendentes, não possuíam imunidade contra essa família de vírus, o que explica porque foram esses pacientes mais jovens que apresentaram os casos mais graves da doença. Os mais idosos, por outro lado, tinham maior chance de ter desenvolvido imunidade contra a família de vírus, e não ficaram tão vulneráveis. Benefícios de ressuscitar o vírus de 1918 Um dos grandes benefícios do estudo, alegam os cientistas, é que a determinação da estrutura física de partes do vírus da gripe espanhoa, particularmente das partes que são consistentes ao longo das gerações do vírus, podem ajudar a desenvolver "vacinas universais" contra a gripe. Vacinas universais seriam eficazes contra múltiplos sorotipos de vírus, e não precisariam mais ser tomadas anualmente. Comparando o vírus de 1918 com os vírus de influenza encontrados em animais, os cientistas também identificaram algumas das mudanças necessárias para que um vírus da influenza se adapte para passar dos animais para o homem. Adicionalmente, dizem os cientistas, o estudo ajudou a esclarecer os efeitos da resposta à infecção viral iniciada pelo sistema imunológico e a importância das co-infecções bacterianas que frequentemente seguem-se à infecção viral. De forma mais geral, os cientistas concluem que a reconstrução do vírus da gripe espanhola de 1918 ampliou o conhecimento sobre como novas linhagens de vírus da gripe emergem e evoluem. Diário da Saúde

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