domingo, 16 de setembro de 2012
Nós devemos salvar todas as espécies ameaças de extinção?
Recentemente, a Sociedade Zoológica de Londres (SZL) lançou o relatório “Priceless or Worthless?” (“Inestimável ou Inútil?”, em tradução livre) com o nome de 100 animais, plantas e fungos mais ameaçados de extinção.
Cinco espécies brasileiras estão nessa lista: um macaco da Floresta Atlântica, um pássaro da Chapada do Araripe, no Ceará, um roedor e duas borboletas.
O relatório, feito por mais de 8 mil cientistas, identifica as ameaças que cada espécie enfrenta e como seus problemas podem ser resolvidos.
Jonathan Baillie, diretor de conservação da SZL, afirma que as espécies do relatório foram escolhidas por não terem benefícios óbvios aos seres humanos e, por conta disso, serem facilmente desprezadas. Segundo ele, permitir que espécies desapareçam levaria a “uma situação em que não temos o suficiente” em termos de espécies.
“Os movimentos de conservação e doadores estão cada vez mais tendendo a uma abordagem utilitária, na linha ‘o que a Natureza pode fazer por nós’, na qual as espécies e habitats são valorizados e priorizados pelos serviços que fornecem ao homem. Embora isso seja importante, conservação é mais que isso. Estas espécies têm o direito de sobreviver ou nós temos o direito de levá-las à extinção?”, argumenta Baillie.
Ele assegura que, se os humanos tomarem ações imediatas, as espécies terão chances de lutar pela sobrevivência. “Mas isso requer que a sociedade apoie a posição moral e ética de que todas as espécies têm direito de existir”, afirma.
Baillie ainda diz que, como temos a capacidade de reverter essa situação, é nosso “imperativo moral” fazê-lo. Porém, críticas já surgiram a esse pensamento.
Segundo a cientista Sarah Chan, vice-diretora do Instituto para Ciência, Ética e Inovação da Universidade de Manchester (Reino Unido), a ideia de que todas as espécies têm o mesmo direito de existir faz tanto sentido quanto acreditar que devemos trazer de volta os dinossauros e dodôs (pássaros extintos).
Chan desafia a crença de que todas as espécies devem ser preservadas/salvas. “Quando falamos que todas as espécies têm o mesmo direito de existir, queremos dizer apenas todas as espécies que existem atualmente? E as espécies que já foram extintas? Se pensarmos que todas as espécies têm o mesmo direito de existir, nós temos uma obrigação igual de ressuscitar espécies extintas”.
http://hypescience.com
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