sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Nova espécie colorida de macacos é descoberta
O cientista John Hart descobriu, por acidente, uma nova espécie de macaco tímido e colorido que vive nas florestas tropicais no centro da República Democrática do Congo.
Hart é diretor da fundação para a vida selvagem Lukuru Wildlife Research Foundation, em Kinshasa, na República Democrática do Congo (RDC). Em 2007, enquanto olhava fotografias trazidas de uma expedição de campo a uma região remota do centro de RDC, uma imagem em especial, flagrada em uma vila mostrando uma jovem chamada Georgette com um pequeno macaco, chamou a sua atenção.
“Era um animal lindo, com uma juba e parte superior do tórax loiros, e uma mancha brilhante vermelha na parte inferior das costas. Eu nunca tinha visto isso em qualquer animal na área”, disse, explicando como suspeitou de uma nova espécie.
Depois de cinco anos de trabalho de campo, pesquisa genética e estudo anatômico, Hart e seus colaboradores finalmente descreveram a nova espécie de primata, nomeada Cercopithecus lomamiensis, e conhecida localmente como “lesula”.
A história do lesula
O macaco de Georgette tinha sido dado a ela por um tio, que trouxe o primata de uma caçada. Não era bem um animal de estimação, mas acabou tornando-se um. Ele literalmente corria no quintal com os cães, passeava pela vila em busca de alimentos, etc. Esse bicho em particular sumiu mais tarde (e Georgette suspeita que alguém o tenha pego).
nvestigações posteriores revelaram toda a história da espécie estranha – que até então ninguém sabia dizer qual era.
O C. lomamiensis percorre uma faixa de floresta tropical densa de cerca de 17.000 quilômetros quadrados. “Para um mamífero grande como ele passar despercebido, é bastante incomum”, comenta a primatologista americana Kate Detwiler. Mas dada a área vasta e remota em que o lesula mora, já não é tão difícil assim só o termos encontrado agora.
A quantidade de árvores altas que bloqueiam o sol e o chão da floresta – o domínio principal do lesula – mergulham seu território em uma escuridão permanente cheia de sons. Segundo os pesquisadores que estudaram o macaco em campo, é como estar em um navio muito longe no mar, no nada.
Os lesulas vivem nesta região isolada em grupos de até cinco, e se alimentam de frutas e vegetais folhosos. Os machos pesam até 7 kg, o dobro do tamanho das fêmeas. Eles também têm algumas características bastante peculiares, como nádegas e testículos azuis brilhantes (o que torna fácil para as fêmeas acharem os machos).
O próximo passo dos cientistas agora é salvar a nova espécie. Ela acaba de ser descrita, mas já corre perigo há muito tempo, por ser uma presença constante nas mesas de jantar da população local.
Apesar de macacos serem apenas uma das opções regionais (cobras, elefantes e outros bichos também são caçados para comida), há um próspero mercado para esse tipo de carne, disponível e barata. Hart, em parceria com a população local, está tentando criar um parque nacional no território dos lesulas, iniciativa ainda em progresso.
http://hypescience.com
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