sábado, 14 de abril de 2012
Pesquisadores encontram um novo destino para as sacolas plásticas
No Brasil, os supermercados de São Paulo deixaram neste mês de abril de distribuir gratuitamente as sacolas plásticas, ação semelhante a que está sendo tomada em países europeus. O principal motivo está no impacto que elas causam ao meio ambiente e por não serem recicladas adequadamente. Pensando nisso, o pesquisador Amit Naskar e seus colegas do Laboratório Oak Ridge, nos Estados Unidos, desenvolveram um processo que transforma o polietileno, usado no produto, em um material muito mais valioso: as fibras de carbono.
As fibras de carbono estão entre os materiais mais high-tech, ou seja, de maior tecnologia na atualidade. Elas estão presentes em carros de corrida, equipamentos esportivos, aviões e sondas espaciais.
Segundo Naskar, o processo de reciclagem não apenas possibilita a transformação para fibras de carbono, como também torna possível ajustar o produto final em aplicações específicas. “Acreditamos que nossos resultados trarão para a indústria uma técnica flexível para fabricar fibras tecnologicamente inovadoras em inúmeras configurações, de aglomerados de fibras a não-tecidos de fibra de carbono”, explicou Naskar ao portal do Laboratório Oak Ridge.
Ao falar sobre as aplicações possíveis do material reciclado, o pesquisador é bem direto. “As possibilidades são virtualmente ilimitadas”, afirmou.
Como ocorre a transformação
Para o novo processo é utilizado uma técnica chamada de “sulfonação”, na qual é mergulhado o aglomerado de fibras em um ácido que contém um banho químico, onde reage e forma uma fibra negra que não irá se fundir novamente. “A técnica transforma as fibras de plástico em uma forma não fundível”, explicou Naskar.
O resultado final pode ter um contorno superficial e um diâmetro de cada filamento ajustado com precisão no momento do processo de fabricação. A exatidão desta manipulação pode alcançar a escala dos nanômetros (subunidade do metro).
O processo de patente pendente lhes permite ajustar a porosidade, tornando o material potencialmente útil para a catálise de filtração e a captação de energia eletroquímica.
Os pesquisadores também observaram que a descoberta representa um sucesso para o DOE (Departamento de Energia), que busca avanços em materiais leves que possam ajudar as montadoras de carros norte-americanas na criação de um design capaz de atingir mais milhas por galão, sem comprometer a segurança ou o conforto. E a matéria-prima, que pode vir a partir de sacos de plástico e restos de tapete de apoio e salvamento, é abundante e barata.
* Publicado originalmente no site EcoD.
(EcoD)
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