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terça-feira, 3 de abril de 2012

Droga brasileira combate câncer de ovário

Reconhecimento

Uma empresa apoiada pela FINEP - a Recepta Biopharma -, que desenvolveu uma droga contra o câncer de ovário, obteve reconhecimento internacional para o seu potencial clínico no tratamento da doença.

Esta é a primeira vez que uma companhia brasileira recebe a designação Orphan Drug, da FDA (Food and Drug Administration), agência norte-americana responsável pela validação de drogas e alimentos.

O reconhecimento deu-se pela importância da tecnologia no combater ao câncer.

Ao todo, a FINEP aprovou cerca de R$ 20 milhões em financiamentos reembolsáveis e não reembolsáveis diretamente relacionados às pesquisas da nova droga.

Tumor de ovário

A atribuição foi baseada na análise dos resultados obtidos no primeiro teste, referendando o potencial clínico do produto desenvolvido - o anticorpo monoclonal RebmAb 100.

Por ser relativamente raro, com seis mil novos casos por ano no Brasil, o câncer de ovário ainda é pouco estudado pelas empresas farmacêuticas.

A diferença do novo tratamento é que, enquanto a quimioterapia ataca todas as células que se multiplicam rapidamente - até mesmo as saudáveis -, os anticorpos monoclonais atuam apenas em alvos específicos, ou seja, as células doentes.

Processo biotecnológico

De acordo com o físico José Fernando Perez, diretor-presidente da Recepta, o anticorpo é uma proteína desenvolvida por um longo processo biotecnológico.

Os pesquisadores introduzem o gene responsável pela produção da proteína em uma célula animal. Esta célula, então, passa a produzir a proteína em escala para que possa ser aplicada em pacientes.

"Associada ao reconhecimento da Recepta, foi validada também nossa estratégia de considerar tumor de ovário como prioritário entre as diversas opções que podem ser consideradas para esse anticorpo", explica Perez.

Benefícios

Perez ressalta que não se trata ainda da aprovação da droga.

Porém, do ponto de vista prático, o reconhecimento cria uma série de benefícios significativos para o desenvolvimento do produto, como pedido de aprovação com tratamento acelerado (a chamada via rápida) e a qualificação da Recepta para receber auxílios não reembolsáveis do FDA.

Além disso, após sua aprovação, a droga terá sete anos de garantia de exclusividade nos Estados Unidos, mesmo que a patente já tenha expirado. "Acreditamos que dentro de cinco [anos] a gente possa ter o produto no mercado", finaliza Perez.

http://www.diariodasaude.com.br

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