domingo, 22 de abril de 2012
Descobertos novos efeitos da aspirina
Salgueiro
Cientistas descobriram uma nova forma de atuação da aspirina no corpo humano.
Depois de digerida, a aspirina se decompõe em salicilato, um composto encontrado na casca do salgueiro, que tem sido utilizado como medicamento desde o tempo de Hipócrates.
Simon Hawley e seus colegas da Escócia, Austrália e Canadá agora descobriram que altas concentrações de salicilato ativam a enzima AMPK.
Aspirina e diabetes
A enzima AMPK é considerada um medidor de combustível celular, sendo ligada por exercícios físicos ou pela metformina, medicamento comumente usado contra o diabetes.
Como monitora o armazenamento de energia pelas células, ela regula uma variedade de processos importantes, incluindo o crescimento celular e o metabolismo.
Estudos anteriores sugerem que a ativação da AMPK pode ser um tratamento eficaz contra o câncer diabetes e outras doenças.
Hawley e colegas verificam que, em camundongos sem a AMPK, alguns, mas não todos, os efeitos benéficos de altas doses de salicilato sobre o metabolismo desapareceram.
"Nós mostramos que o salicilato aumenta a queima de gordura e reduz a gordura hepática em ratos obesos, e que isso não ocorre em camundongos geneticamente modificados que não possuem a subunidade beta 1 da AMPK,", disse ele.
Efeitos benéficos da aspirina
Eles puderam então descrever o mecanismo molecular preciso pelo qual o salicilato ativa a AMPK.
"Nós demonstramos que, ao contrário dos exercícios ou da metformina, que aumentam a atividade da AMPK alterando o equilíbrio energético das células, os efeitos do salicilato são totalmente dependentes de um único aminoácido Ser108, da subunidade beta 1," conta o pesquisador.
Isso sugere que alguns dos efeitos benéficos da aspirina, envolvendo o metabolismo - ou seja, separado de seus efeitos analgésicos - podem se dar a partir da ativação da AMPK.
Salicilato
Essas descobertas são importantes porque está em andamento um grande ensaio clínico testando se o salsalato, um derivado da aspirina, pode prevenir o diabetes tipo 2.
No entanto, estudos adicionais serão necessários, já que as concentrações de salicilato usadas neste estudo foram maiores, por exemplo, do que as doses testadas para avaliar os efeitos da aspirina contra o câncer.
Redação do Diário da Saúde
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