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domingo, 6 de fevereiro de 2011

Ocupações em floresta preocupam órgãos ambientais

A cultura de invasão no Distrito Federal vem avançando em áreas de preservação ambiental. Ontem, agentes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em parceria com a Sudesa, Agefis, Administração de Taguatinga e Polícia Militar, realizaram operação demolitória de duas construções na Floresta Nacional de Brasília (Flona). Não existe uma estatística da ocupação irregular na reserva, mas o aumento é visível. No mês passado, uma outra construção já havia sido removida na reserva.
Segundo a chefe da Flona de Brasília, Elda Raquel Vargas de Oliveira, as ocupações irregulares são frequentes, por ser uma área próxima a Vicente Pires, que já foi alvo de especulação imobiliária. “Eles adquirem lotes de forma disfarçada e alguns fazem a tentativa de construção”.
As vistorias ocorrem periodicamente. O que dificulta a fiscalização, explica Elda Raquel, é a ocupação do Assentamento 26 de Setembro, criado de forma precária em 1996. A Floresta Nacional foi instituída posteriormente, pois os órgãos ambientais perceberam que aquela região sofreria pressão para urbanização, com ocupações de áreas sensíveis ambientalmente.
O risco seria a expansão urbana no Parque Nacional de Brasília (PNB), que fica no limite da floresta. A Flona é formada por quatro áreas separadas, duas delas são localizadas na região de Taguatinga e outras duas em Brazlândia. Elda Raquel disse que a área que sofre mais fortemente com a especulação e venda de lotes é a localizada no Assentamento 26 de Setembro, onde ocorreu a derrubada de ontem.
A Floresta Nacional de Brasília tem uma área total de 9.346,28 hectares, de responsabilidade do ICMBio desde 2007. Criada em 10 de junho de 1999 para assegurar a preservação de mananciais e do PNB, a Flona fica nas proximidades da Barragem do Descoberto, área que abriga várias nascentes importantes e que garantem o abastecimento de água de 65% da população do DF.



CASOS
Morador havia se recusado a deixar construção

Uma das casas demolidas ontem foi identificada pelos fiscais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no fim de dezembro. Em janeiro, quando ainda estava em construção, o proprietário foi notificado e a obra embargada, mas ele se recusou a abandoná-la. O proprietário conseguiu uma liminar para continuar no local, medida que foi derrubada pelo instituto, uma vez que a obra encontrava-se dentro dos limites da Floresta Nacional de Brasília.
O Parque Nacional de Brasília (PNB) também é alvo frequente desse tipo de ocupação. Em 17 de dezembro passado, uma operação do ICMBio embargou a construção de uma casa dentro a unidade de conservação. A assessoria de imprensa do instituto informou que a obra estava no início e apenas um alicerce de 20 metros havia sido construído. Na ocasião, o casal deixou o local ao ser abordado pelos fiscais, mas foram feitas imagens da placa do veículo que seriam encaminhadas à Polícia Federal (PF), pois a área é de propriedade da União.

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