sexta-feira, 29 de maio de 2015
Tire suas dúvidas sobre o vírus Zika
Na semana passada foram confirmados os primeiros casos do vírus Zika no Brasil.
Veja a seguir todas as informações sobre o novo vírus, carregado pelo mesmo portador da dengue e da chikungunya.
1. Como é a febre causada pelo vírus Zika?
É uma doença viral autolimitada, via de regra de evolução benigna, caracterizada pelo quadro clínico de febre baixa, olhos vermelhos sem secreção e sem coceira, dores nas articulações e erupção cutânea com pontos brancos e vermelhos, além de dores musculares, dor de cabeça e dor nas costas.
2. Qual a distribuição dessa doença?
O vírus Zika é um arbovírus do gênero Flavivírus, família Flaviviridae. Este vírus foi isolado pela primeira vez em 1947, a partir de amostras de macaco Rhesus utilizados como sentinelas para detecção de febre amarela, na floresta Zika em Uganda. Por este motivo a denominação do vírus. Ele é endêmico no leste e oeste do continente Africano e há registro de circulação esporádica na África Ásia e Oceania. Casos importados de vírus Zika foram descritos no Canadá, Alemanha, Itália, Japão, Estados Unidos e Austrália.
Nas Américas, o vírus Zika somente havia sido identificado na Ilha de Páscoa, território do Chile no oceano Pacífico, a 3.500 km do continente, no início de 2014.
3. Como é transmitida a febre Zika?
A principal via de transmissão é vetorial, por meio da picada do pernilongo Aedes aegypti. Após um período de incubação (período entre a picada do mosquito e o início de sintomas) de cerca de aproximadamente 4 dias, o paciente poderá apresentar os primeiros sinais e sintomas.
4. Quais são os principais sinais e sintomas?
A febre pelo vírus Zika é uma doença pouco conhecida e sua descrição está embasada em um número limitado de relatos de casos e investigações de surtos.
Com base nessas publicações, os sintomas incluem exantema maculopapular de início agudo (erupção cutânea com pontos brancos ou vermelhos) e podem incluir febre, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia ou artrite, mialgia, cefaleia e dor nas costas. Com menor frequência, há relatos também de edema, dor de garganta, tosse, vômitos e hematospermia (sangue no esperma).
Segundo a literatura, apenas 18% das pessoas apresentarão manifestações clínicas da doença.
5. Qual o prognóstico?
Segundo os relatos disponíveis, não há registro de óbitos por esta doença. A doença é considerada benigna e autolimitada, com os sinais e sintomas durando, em geral, de 2 a 7 dias.
A possibilidade da contaminação simultânea por outros vírus - transmitidos pelo mesmo vetor - pode agravar o quadro, com indícios de danos neurológicos que ainda estão sendo pesquisados.
6. Há tratamento ou vacina contra o vírus Zika?
O tratamento é sintomático e baseado no uso de acetaminofeno (paracetamol) para febre e dor, conforme orientação médica. Não está indicado o uso de ácido acetilssalicílico e drogas anti-inflamatórias devido ao risco aumentado de complicações hemorrágicas, como ocorre com a dengue. Orienta-se procurar o serviço de saúde para orientação adequada. Não há vacina contra o vírus Zika.
7. Quais as medidas de prevenção e controle?
As medidas de prevenção e controle são semelhantes às da dengue e chikungunya. Não existem medidas de controle específicas direcionadas ao homem, uma vez que não se dispõe de nenhuma vacina ou droga antiviral. Dessa forma, o controle está centrado na redução da densidade vetorial, como manter o domicílio sempre limpo, eliminando os possíveis criadouros. Roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia, quando os mosquitos são mais ativos, proporcionam alguma proteção às picadas dos mosquitos e podem ser adotadas principalmente durante surtos. Repelentes podem ser aplicados na pele exposta ou nas roupas.
Agência Saúde
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