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quinta-feira, 24 de julho de 2014

Paraná tem 78 animais ameaçados

A queixada, presente em todos os biomas do Brasil, é um dos 78 animais presentes no Paraná ameaçados de extinção. A prévia da nova lista de espécies em risco de extinção divulgada no fim de maio pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Ministério do Meio Ambiente, incluiu o mamífero entre as 1.051 espécies ameaçadas no país. A lista oficial só deve ser completa em novembro e publicada no início do ano que vem. As 78 espécies não são endêmicas do estado, ou seja, ocorrem em outros estados e/ou regiões. Elas compõem os 194 animais presentes na Mata Atlântica (bioma de 98% do território paranaense) que entram na lista e outros 61 da Costa Sul. Também constam o veado-ver­melho, tubarão-branco, marlim-azul e o cavalo-marinho. No caso da queixada, a pior situação é justamente na Mata Atlântica, onde a situação passa a ser considerada “criticamente em perigo” ao contrário do status de “vulnerável” a nível nacional. De acordo com o ICMBio, suspeita-se que as populações de queixada tenham sofrido uma redução de pelo menos 30% nos últimos 18 anos (três gerações) e podem vir a sofrer diminuição na mesma proporção nos próximos 18. O animal, espécie de porco selvagem, necessita de grandes áreas e de diversidade de habitats dentro delas para viver e por isso sofre com a ação do homem. “Hoje são poucas áreas que têm condições de manter essa espécie. A inclusão da queixada é apenas uma consequência da ampla mortandade promovida pela caça e desmatamento”, explica o professor de Zoologia da UFPR, Fernando Passos. O último levantamento da fauna brasileira era de 2003, quando o número de ameaçados era de 627 animais. O crescimento, no entanto, é bem menor que o número de espécies identificadas que subiu de 1.400 para 7.647, devendo chegar perto de 12 mil na lista final. “O dado relevante é que 80% delas não estão ameaçadas. A situação não piorou”, diz Ugo Vercillo, coordenador-geral do ICMBio. O estudo contém 77 animais retirados da lista de risco, sendo 46 na Mata Atlântica, quatro na Costa Sul e 21 no Paraná. Entre eles a jaguatirica, o papagaio-da-cara-roxa e a baleia jubarte. A jaguatirica foi constatada como a espécie de felino mais abundante em todos os biomas, com população estimada em 40 mil. Apesar disso, existem áreas em que está mais ameaçada e com indícios de declínio populacional. “Um dos problemas na retirada é que jaguatiricas são caçadas em toda sua área de distribuição geográfica, o que lhes impõem um grande impacto em suas pequenas populações da Mata Atlântica”, revela Passos, que também coordena o Laboratório de Biodiversidade, Conservação e Ecologia de Animais Silvestres da UFPR, o Labceas. Na Amazônia, por exemplo, o animal pode atingir densidades altas o suficiente para manter várias populações viáveis em longo prazo. Segundo Vercillo, 73% das novas espécies ameaçadas já estão em áreas protegidas ou tem medidas para conservação. “O foco deve se concentrar nos 280 animais desprovidos de plano de ações”, afirma. (Fonte: Gazeta do Povo/PR)

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