sexta-feira, 19 de julho de 2013
6 mudanças do mais novo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
A mais nova publicação das diretrizes diagnósticas para a psiquiatria, a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5, na sigla em inglês), foi divulgada em maio.
O manual, que é concebido e publicado pela Associação Americana de Psiquiatria, enumera os critérios para o diagnóstico de várias doenças psiquiátricas. Recomendações de tratamento, bem como pagamentos por prestadores de saúde, podem ser baseados no DSM.
As definições precisas sobre distúrbios de saúde mental são alvo de grande debate. A inclusão ou remoção de transtornos no manual podem afetar muitas pessoas.
Sendo assim, várias das modificações da nova edição são controversas. Saiba quais são as principais mudanças:
6. Autismo
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Existe agora apenas um diagnóstico, chamado de transtornos do espectro do autismo, que engloba o que antes eram consideradas quatro doenças diferentes: autismo, síndrome de Asperger, transtorno desintegrativo da infância (ou síndrome de Heller) e transtorno invasivo do desenvolvimento sem outra especificação.
De acordo com alguns especialistas, as alterações na definição de autismo resultarão em taxas menores de diagnóstico da doença. O grupo que atualizou o DSM-5 estima que a redução será de cerca de 10%, mas outros grupos de pesquisa acham que esse número pode ser maior.
Os defensores das mudanças dizem que os novos critérios são mais precisos, e diminuem o número de crianças falsamente diagnosticadas. Já os críticos expressam preocupações de que algumas crianças podem não receber serviços especiais que precisam nas escolas. Outra palavra de cautela vem de pesquisadores que dizem que pode ser prematuro combinar Asperger e autismo em um só grupo, porque ainda não está claro se as duas doenças resultam dos mesmos fatores biológicos.
As pessoas que já foram diagnosticadas com uma das quatro doenças não estão em perigo de perder o seu diagnóstico; no entanto, elas vão agora ser consideradas como tendo um transtorno do espectro do autismo.
5. Vício em jogos de azar
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Uma condição de saúde recém-adicionada à categoria de abuso de substâncias e transtornos de dependência é o “distúrbio do vício de jogo”. De acordo com a Associação, esta mudança “reflete a crescente e consistente evidência de que alguns comportamentos, tais como jogos de azar, ativam o sistema de recompensa do cérebro com efeitos semelhantes aos do abuso de drogas e sintomas que se assemelham a transtornos de uso de substância, em certa medida”.
Dois outros transtornos de uso de substâncias novos no DSM-5 é “abstinência de cannabis” e “abstinência de cafeína”. Este último já tinha sido incluído na edição anterior do DSM, mas em uma seção designada para condições que estão apenas sendo consideradas para diagnóstico oficial, porque os investigadores acreditam que precisam ser melhor estudadas.
4. Luto
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Na edição anterior do DSM, se uma pessoa apresentasse uma série de sintomas de depressão, mas tivesse sofrido a perda de um ente querido nos últimos dois meses, ela não seria diagnosticada com depressão.
De acordo com o novo diagnóstico para o transtorno de depressão maior, tristeza e luto não são critérios de exclusão, o que significa que uma pessoa que preenche os critérios para transtorno de depressão pode ser diagnosticada com a doença, mesmo que esteja sofrendo pela morte de alguém.
Os críticos dizem que isso significa que uma pessoa em luto pode ser erroneamente diagnosticada com depressão. Mas os defensores dizem que estudos têm demonstrado que essa dor pode desencadear transtorno de depressão em indivíduos vulneráveis, e provavelmente não é diferente de outros fatores de estresse que podem iniciar a doença.
Uma nota detalhada está incluída no manual para ajudar os médicos a fazer “a distinção fundamental entre os sintomas característicos de luto e os de um episódio depressivo maior”.
3. Déficit de atenção com hiperatividade
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A definição de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH, na sigla em inglês) foi modificada para enfatizar que esse transtorno pode continuar na vida adulta.
As mudanças tornam mais fácil para os adultos serem diagnosticados com TDAH, agora que a sua idade não é mais barreira. Especialistas contra a medida temem que muitos adultos passem a ser medicados para a condição.
No entanto, outros critérios para o diagnóstico se tornaram mais rigorosos. Agora, vários sintomas precisam ocorrem em mais de um contexto, por exemplo, no trabalho e em casa, para que um diagnóstico de TDAH seja feito.
2. Distúrbio da desregulação perturbadora do humor
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Distúrbio da desregulação perturbadora do humor é agora uma nova doença com diagnóstico no DSM-5. Pode aplicar-se a crianças entre 6 e 18 anos de idade que apresentam irritabilidade persistente e episódios frequentes de explosões comportamentais extremas, três ou mais vezes por semana, durante pelo menos um ano.
Os críticos dizem que “birra” é um comportamento normal na infância, e o novo diagnóstico transforma isso em um transtorno mental – o que poderia levar crianças a tomar medicamentos que não vão ajudá-las.
Os especialistas a favor do diagnóstico, no entanto, dizem que a condição recém-definida ajudará com o problema do excesso de diagnóstico de transtorno bipolar em crianças. O número de crianças diagnosticadas com transtorno bipolar tem aumentado significativamente nos últimos anos, e elas são muitas vezes tratadas com medicamentos que podem ter efeitos nocivos.
Segundo a Associação Americana de Psiquiatria, há uma grande diferença entre crianças temperamentais e aquelas com deficiências graves que exigem atenção clínica. As explosões de temperamento tem que ser grosseiramente fora de proporção em relação à situação e tem que ocorrer em mais do que apenas um contexto, por exemplo, tanto em casa como na escola, para que uma criança seja diagnosticada com o transtorno de humor.
1. Transtorno de compulsão alimentar
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Transtorno de compulsão alimentar, listado no DSM anterior na seção de condições propostas para futuros estudos, tornou-se uma condição oficial no novo manual.
Ela é definida como episódios em que as pessoas comem incontrolavelmente grandes quantidades de alimento num curto período de tempo, e é associada com desconforto e sintomas que ocorrem uma vez por semana durante três meses, no mínimo. Tais critérios diferenciam o transtorno de compulsão alimentar do simples “comer demais” que pode acontecer ocasionalmente.
Transtorno disfórico pré-menstrual e transtorno da acumulação compulsiva são duas outras doenças que estavam na seção para estudos futuros, mas que eram diagnosticadas em pacientes de qualquer maneira. Agora, os dois transtornos têm rótulos oficiais.[LiveScience]
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