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domingo, 10 de fevereiro de 2013

O que causa espasmos musculares?

Uma pálpebra que parece ter vida própria, uma perna que te abandona quando você mais precisa… Contrações musculares involuntárias são extremamente comuns – mais de 90% de nós as experimentamos. Elas nos atrapalham um pouco, mas são temporárias e não parecem causar nenhum mal. Então por que ocorrem? A ciência ainda não tem certeza. “Elas ocorrem espontaneamente nas pessoas, em um momento ou outro”, explica o Dr. Daniel Drachman, professor de neurologia e neurociência da Universidade Johns Hopkins (EUA). “O tipo mais comum de contrações musculares são as ‘fasciculações’”. Fasciculações podem ocorrer em qualquer músculo do corpo, mas tendem a ocorrer mais notavelmente nos membros e nas pálpebras. São o resultado de algum tipo de irritabilidade das fibras nervosas. Como são benignas, não têm sido estudadas profundamente. Sendo assim, os pesquisadores nem sequer sabem onde no nervo a irritação é captada – pode ser no corpo celular, pode ser nas fibras, ninguém sabe. Pensa-se também que a localização exata da fasciculação é aleatória, o que significa que você vai sentir um puxão no seu braço, perna ou pálpebra sem ter necessariamente irritado um nervo perto do lugar que experimentou a contração. O que causa tais contrações involuntárias também não é bem compreendido. O que se sabe é que existem certos comportamentos que podem desencadear fasciculações, incluindo sono insuficiente, exercício em demasia, falta de magnésio e utilização de estimulantes (especialmente cafeína). Porém, nenhum estudo ligou concretamente esses fatores à fasciculação, de forma que essas causas presumíveis são apenas correlações. Diminuir estresse, aumentar magnésio, cortar cafeína, dormir bem e manter uma rotina de exercícios adequada podem ajudar a diminuir a frequência de fasciculações, mas não necessariamente evitá-las de uma vez por todas. Por que às vezes seu corpo tem um espasmo violento quando está quase pegando no sono? A boa notícia é que não precisamos evitá-las. Apesar de irritantes, um estudo da Clínica Mayo (EUA) concluiu que, além de benignas, fasciculações provavelmente também não indicam nenhum tipo de doença mais perigosa subjacente. A contração que é má notícia Nem todas as contrações musculares involuntárias são fasciculações, entretanto – e, neste caso, quase certamente é um mau sinal. Fibrilação, por exemplo, pode ser confundida com fasciculação, mas indica que as fibras musculares vizinhas perderam completamente a sua inervação. Fibrilações são notícias muito ruins, e podem indicar um distúrbio nervoso grave, como doença de Lou Gehrig. Como diferenciar uma coisa da outra, então? É fácil. Fasciculação, por exemplo, é visível. Dê uma olhada no espelho. Consegue ver sua pálpebra tremer? Isso é fasciculação. Fibrilação não pode ser vista através da pele. Um exame de eletromiografia (EMG), que mede a atividade elétrica dos músculos esqueléticos, pode mostrar qual contração você está tendo. Ambas fibrilação e fasciculação aparecem em um EMG, mas fibrilações mostram um impulso elétrico muito pequeno, enquanto a fasciculação mostra um impulso muito grande. Isso porque fasciculações envolvem unidades motoras (que consistem de um neurônio motor, bem como os músculos esqueléticos, que são controlados por esse neurônio). Basicamente, fasciculações desencadeiam a contração de todo (embora muitas vezes pequeno) um grupo de fibras musculares. Fibrilação, por outro lado, afeta apenas uma única fibra muscular. Então, você vai sentir como se fosse uma fasciculação pequena, mas não será capaz de vê-la, e o EMG mal poderá identificá-la. Há uma cura? Se você estiver tendo fibrilações, consulte um médico para ter certeza se não é um sinal de uma outra doença – neste caso, é o especialista que vai determinar qual o melhor tratamento. Já se você estiver tendo fasciculações com muita frequência, você pode ter síndrome de fasciculação benigna. Ou seja, não vai te fazer mal, mas pode incomodar e atrapalhar sua visão ou movimentação. Nesse caso, você pode experimentar certos tratamentos, mas nenhum existente atualmente é à prova de falhas. De acordo com o Dr. Drachman, medicamentos usados para convulsões e epilepsia podem ajudar a reduzir fasciculações, como gabapentina e tegretol. Se suas fasciculações forem causadas por uma deficiência de magnésio, então você pode apenas tomar suplementos de magnésio (alguns sinais dessa deficiência podem ser hiperexcitabilidade, fraqueza muscular e sonolência, além de fasciculações), e comer alimentos ricos em magnésio, como verduras verdes, nozes e farelo de trigo. http://hypescience.com

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