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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Europeus suspendem compra de madeira ilegal da Amazônia brasileira

Várias empresas europeias suspenderam a compra de madeira da Amazônia brasileira comercializada pela serralheria Rainbow Trading Importação e Exportação LTDA, denunciada pelo Greenpeace/Brasil por vender madeira extraída ilegalmente da floresta. As empresas holandesas Stiho e LTL Woodproucts e a francesa Rougier Sylvaco pararam de trabalhar com a Rainbow Trading no estado amazônico do Pará até que a empresa esteja fora de investigação, informou a ONG enviado à AFP nesta quinta-feira. Na Suécia, o importador Interwood disse que não comprará mais madeira da Rainbow e que deixará também de importar o valioso ipê amazônico – muito cobiçado na Europa, sobretudo para construir deques de piscinas, cujo valor pode chegar a 3.200 dólares o metro quadrado -, já que não consegue verificar a legalidade do produto. Da mesma forma, “seis contêineres da Rainbow Trading foram bloqueados pelas autoridades belgas. A entrada de sua madeira é proibida no mercado até que as autoridades competentes investiguem a fundo o carregamento”, informou o Greenpeace, destacando, ainda, que a Rainbow Trading acumula dívida de 500.000 reais (193.000 dólares) com instituições ambientais brasileiras. “Suspendendo a compra de madeira da Amazônia, os mercados enviam uma mensagem muito clara de que toda a cadeia está contaminada, já que o risco de ilegalidade é alto demais”, comemora o Greenpeace no texto, onde também pediu a Brasília que faça “uma sólida reforma no sistema de controle”. Em 15 de outubro, o Greenpeace/Brasil denunciou que árvores cortadas clandestinamente na região de Santarém (Pará) são transportadas durante a noite a serralherias que tratam e exportam a madeira para a Europa como se sua origem fosse legal. Santarém concentra o principal polo da indústria madeireira do Pará, estado que produz e exporta mais madeira da Amazônia. A investigação do Greenpeace – que escondeu aparelhos de GPS debaixo dos caminhões que transportam madeira para vigiar seu trajeto – revelou, ainda, “que os documentos oficiais não são, nem sequer, capazes de garantir a origem legal da madeira”. “Ao manter as portas abertas à madeira ilegal, o mercado se torna cúmplice da destruição na Amazônia”, avaliou a ONG na ocasião. Segundo dados do instituto Imazon, entre agosto de 2011 e julho de 2012, 78% das zonas de atividade florestal no Pará não tinham autorização para cortar madeira. O Greenpeace lançou em maio a campanha “A crise silenciosa na Amazônia” e denunciou que de 20% a 40% da madeira importada para a Europa são de origem ilegal. (Fonte: G1)

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