quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
Aedes aegypti representa risco em 117 municípios do país, diz governo
Estudo divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (4) aponta que 117 municípios do Brasil, incluindo dez capitais, têm risco alto de registrar infestação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e da febre chikungunya. De acordo com a pasta, nessas cidades foram encontrados focos do mosquito em quatro de cada cem casas visitadas.
As informações integram o Levantamento Rápido do Índice de Infestação de Aedes Aegypti (LIRAa), feito em outubro, que analisou a existência de locais com larvas em 1.463 cidades. Seu objetivo é apontar as regiões com maior risco de transmissão das doenças.
Belém (PA), Porto Velho (RO), Maceió (AL), Natal (RN), Recife (PE), São Luis (MA), Aracaju (SE), Vitória (ES), Cuiabá (MT) e Porto Alegre (RS) são as capitais com maior risco de infestação. A região Nordeste é a que concentra mais municípios em situação crítica: 96 das 727 localidades nordestinas pesquisadas.
Segundo o governo, outras 533 cidades foram classificadas em situação de alerta (pois tinham entre uma e três casas a cada cem com larvas) e 813 apresentaram situação satisfatória (um ou menos imóveis de cada centena continha focos do Aedes aegypti).
No ano passado, o LIRAa apontou 159 municípios em situação de risco e 539 em alerta. Apesar do número de cidades consideradas críticas ter sido menor este ano em relação a 2013, há uma preocupação maior por causa dos casos de chikungunya. Até 25 de outubro, foram diagnosticados 824 casos da febre no país. O primeiro foi confirmado em setembro. Já os casos de dengue somam 556.317 este ano.
Enfrentamento similar – O ministro da Saúde, Arthur Chioro, admitiu que a similaridade entre a dengue e o chikungunya preocupa. Segundo ele, as medidas de enfrentamento e prevenção são parecidas e poderiam provocar perda da capacidade de diagnosticar e conduzir os casos de dengue – maior preocupação do governo devido à sua letalidade.
“Sem dúvida nenhuma, [o que preocupa mais é] a dengue. Nós não teremos óbitos por chikungunya e nós temos óbitos com a dengue. Muito embora tenhamos reduzido em 40% o total de mortes de 2013 para 2014, tem uma manifestação mais grave, muito mais preocupante que chikungunya.”
Neste ano, 379 pessoas morreram por dengue no país, segundo o Ministério da Saúde. Em 2013, foram 646 óbitos.
De acordo com a pasta, o estudo é importante para reduzir a transmissão durante o verão, que é a estação mais propícia, já que a combinação de chuva e calor é ideal para a procriação do Aedes aegypti. “Se não agirmos com rapidez, em janeiro vai para 8% a 10% [8 a 10 casas com o foco do mosquito a cada 100 imóveis]”, afirmou o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.
Nova campanha – Com o slogan “O perigo aumentou. E a responsabilidade de todos também”, o ministério lançou uma campanha nesta terça para chamar a atenção sobre a importância da prevenção ao mosquito transmissor das duas doenças.
Foram produzidas peças publicitárias com imagens que mostram os criadouros do Aedes aegypti, como vasos de plantas com água, sacos de lixo, caixas d’água abertos, pneus desprotegidos e garrafas plásticas destampadas. De acordo com a pasta, é preciso destacar que a forma de combate ao foco do mosquito é a mesma para se evitar as duas doenças.
Sintomas – A infecção pelo vírus chikungunya provoca sintomas parecidos com os da dengue, porém mais dolorosos. No idioma africano makonde, o nome chikungunya significa “aqueles que se dobram”, em referência à postura que os pacientes adotam diante das penosas dores articulares que a doença causa.
Em compensação, comparado com a dengue, o novo vírus mata com menos frequência. Em idosos, quando a infecção é associada a outros problemas de saúde, ela pode até contribuir como causa de morte, porém complicações sérias são raras, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Diferentemente da dengue, que tem quatro subtipos, o chikungunya é único. Uma vez que a pessoa é infectada e se recupera, ela se torna imune à doença. Quem já pegou dengue não está nem menos nem mais vulnerável ao chikungunya: apesar dos sintomas parecidos e da forma de transmissão similar, tratam-se de vírus diferentes. (Fonte: G1)
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