quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
80 milhões de bactérias são trocadas durante um beijo
De acordo com cientistas do museu Micropia e do TNO (Organização para Pesquisa Científica Aplicada da Holanda), na Holanda, cerca de 80 milhões de bactérias são transferidas durante um beijo de dez segundos.
Outra descoberta do estudo foi que parceiros que se beijam pelo menos nove vezes por dia têm comunidades bacteriais semelhantes.
O ecossistema de mais de 100 trilhões de micro-organismos que vivem em nossos corpos – nosso microbioma – é essencial para inúmeras funções como digestão dos alimentos, síntese de nutrientes e prevenção de doenças.
A boca é lar de mais de 700 variedades de bactérias. A pesquisa concluiu que essas bactérias podem ser “trocadas” no intercâmbio do beijo.
21 casais participaram do estudo. Eles preencheram questionários sobre seu comportamento, incluindo a frequência com que se beijavam. Amostras foram recolhidas para estudar a microbiota bucal da língua e saliva de cada um.
Numa experiência controlada para quantificar a transferência de bactérias, um membro de cada um dos pares tomou uma bebida probiótica contendo variedades específicas de bactérias, incluindo Lactobacillus e Bifidobacteria. Depois de um beijo íntimo, os pesquisadores descobriram que a quantidade de bactérias probióticas na saliva do receptor triplicou. Eles calcularam que, no total, 80 milhões de bactérias foram transferidas durante um beijo de dez segundos.
Os resultados também mostraram que, quando os casais se beijam intimamente frequentemente, suas microbiotas ficam semelhantes. Nove beijos íntimos por dia levaram a casais com microbiota salivar significativamente parecida.
O beijo e a evolução
De acordo com Remco Kort, principal autor do estudo, o beijo íntimo envolve contato pleno de línguas e troca de saliva. Este parece ser um comportamento único dos seres humanos e é comum em mais de 90% das culturas conhecidas.
Se só nós fazemos isso, e praticamente todos nós fazemos isso, qual a função – evolutivamente falando – do beijo?
“Curiosamente, as explicações para a função do beijo íntimo em humanos incluem um papel importante para a microbiota presente na cavidade oral, embora, a nosso conhecimento, os efeitos exatos do beijo sobre a microbiota bucal nunca tinham sido estudados. Nós queríamos saber até que ponto os parceiros compartilham sua microbiota oral, e descobrimos que, quanto mais um casal beija, mais parecidas [as suas microbiotas] são”, explica Kort.
O estudo também sugere que o estilo de vida, os hábitos alimentares e os de cuidados pessoais interferem com a microbiota bucal, especialmente da língua. Enquanto a microbiota da língua era mais similar entre parceiros românticos do que indivíduos não aparentados, sua semelhança não se alterou com o beijo mais frequente, em contraste com a microbiota da saliva.
Uma curiosidade do estudo é que 74% dos homens relataram beijar intimamente suas parceiras mais frequentemente do que as mulheres do mesmo casal relataram. Isto resultou em uma média relatada de dez beijos por dia por parte dos homens, enquanto as mulheres relataram em média cinco beijos por dia. [ScienceDaily]
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário