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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Contaminação por hepatite ameaça manicures e tatuadores

Cultura da prevenção Por trabalharem com instrumentos cortantes e perfurantes, sob constante risco de contato com sangue de clientes, manicures e tatuadores são alguns dos profissionais mais vulneráveis a contrair hepatite. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 33 mil novas pessoas são infectadas anualmente no Brasil por hepatites virais. De olho na proteção dessas pessoas, o Ministério da Saúde abriu o concurso cultural "Arte, Prevenção e Hepatites Virais para Tatuadores e Manicures". As inscrições podem ser feitas até o dia 20 de setembro. Os prêmios vão de televisões a quantias de R$ 2 mil e R$ 5 mil. O edital está disponível na internet. Cada vez mais, esses profissionais se tornam conscientes de que devem reforçar a proteção contra a doença, especialmente com o uso de luvas e óculos de proteção, além de realizarem a vacinação. Mesmo conhecendo os riscos, entretanto, nem todos seguem integralmente as recomendações. Atualmente, existem três principais tipos identificados de hepatite, uma doença do fígado: A, B e C. Entre 1999 e 2011, foram registrados 120 mil casos da hepatite B e 82 mil da C. A hepatite A tem tido queda de incidência, com 3,6 mil casos em 2011. Cada tipo de hepatite tem diferentes tipos de contágio, sintomas e tratamento. Tipos de hepatite No caso da hepatite A, o tipo mais brando da inflamação no fígado, a doença é transmitida via oral, por meio de água ou alimentos contaminados. É um vírus autolimitado, que as próprias defesas do corpo do portador conseguem combater. O principal sintoma é diarreia. As hepatites B e C são transmitidas sexualmente ou pela via sanguínea. O contágio é feito por meio de sexo sem preservativo e do uso de materiais não esterilizados e de uso compartilhado - como agulhas, alicates e instrumentos cirúrgicos e odontológicos. Os principais sintomas são febre, icterícia (aspecto amarelado na pele e nos olhos) e mal-estar. A faixa etária mais atingida por esses tipos é entre 20 e 39 anos. A principal diferença entre os tipos B e C de hepatite é o risco de a doença se tornar crônica. Os sintomas são semelhantes, assim como o tratamento, feito com imunomoduladores - como o interferon - e outros antivirais administrados concomitantemente. O objetivo do medicamento é estimular as defesas do paciente para que o sistema imunológico combata o vírus. Segundo a médica, cerca de 70% dos casos de hepatite C não são curados e voltam a incidir. O que diferencia as hepatites B e C são testes laboratoriais. A reincidência da hepatite pode comprometer as funções do órgão e causar câncer ou cirrose - cicatrizes que se formam no fígado, causando um endurecimento do tecido, prejudicando seu funcionamento. Não há vacinas contra a hepatite A, tipo mais benigno da doença e mais incidente em crianças. Para o tipo C, também não há vacina. Contra a do tipo B, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece vacina, administrada em três doses. Prevenção da hepatite Para evitar a contaminação da hepatite C, é importante o uso de preservativos, a realização de exames pré-natais (para evitar o contágio de mãe para filho) e o não compartilhamento de materiais perfurantes descartáveis, como agulhas e seringas. Para o tratamento por meio de acupuntura, a opção é manter kit individual de agulhas. No caso de materiais cirúrgicos e odontológicos, deve ser feita esterilização. Em salões de beleza, deve-se dar preferência ao uso individual de alicates e outros instrumentos. Em estúdios de tatuagem, deve-se observar se são usadas agulhas descartáveis. Agência Brasil

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