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sexta-feira, 10 de julho de 2015

Não comeu tudo? Saiba o impacto de jogar comida fora

Todos nós passamos por isso. Vemos aquele monte de opções ou aquele nosso prato preferido e acabamos pegando mais do que realmente conseguimos comer. Mas aquela meia porção que sobrou no seu prato e vai para o lixo não é um problema tão grande assim, certo? Errado. Nossos pais e mães que insistiam para que comêssemos tudo porque existe gente passando fome no mundo estavam mais certos do que eles mesmos podem imaginar. Todos os anos, de acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), desperdiçamos quantidades de alimentos que valem aproximadamente US$ 750 bilhões (mais de R$ 2,3 trilhões, no câmbio atual). Isso mesmo, enquanto estimativas apontam que 870 milhões de pessoas estão passando fome, o resto do mundo está jogando fora cerca de um terço de todos os alimentos que são produzidos. Apenas nos Estados Unidos, de 30 a 40% do fornecimento de alimentos pós-colheita acaba no lixo. O Brasil também está na lista dos dez países que mais desperdiçam comida, com cerca de 30% da produção praticamente jogados fora na fase pós-colheita. E pode ir tirando seu cavalinho da chuva se você acha que tudo isso é culpa das crianças que não querem terminar seu jantar. Nesta conta está o alimento que é jogado fora em casa, assim como resíduos de unidades de produção, lixo de restaurantes e comida jogada fora por mercearias. Números surpreendentes Todos os anos, cerca de 1,4 bilhões de hectares de terra são usados para produzir alimentos que serão desperdiçados. Como um número tão grande tende a ser difícil de visualizar, isso é mais do que 25% de toda a terra agrícola do mundo. É também o equivalente a 200 Irlandas. Esse desperdício de solo é um problema ainda maior quando você analisa quanta terra é desmatada para campos agrícolas, quantas espécies são invadidas e quantas plantas e animais estão ameaçados de extinção devido à perda de habitat. E isso é só terra – a água que é usada para produzir comida desperdiçada é três vezes o volume do Lago Léman, ou três vezes o que flui pelo rio Volga, os maiores da Europa. Em outras palavras, cerca de 35% do nosso consumo de água doce é jogado no lixo. Outros 30% desperdiçados são os fertilizantes aplicados aos terrenos agrícolas, o que também tem um impacto significativo sobre o meio ambiente. Outra coisa que impacta a natureza são os gases de efeito estufa que são produzidos por esses alimentos jogados fora: aproximadamente 3,3 bilhões de toneladas destes gases vão direto para nossa atmosfera já sobrecarregada. Um problema de todos Nós tendemos a implicar com os Estados Unidos, mas pesquisadores do Programa Ambiental das Nações Unidas e da FAO descobriram que eles definitivamente não são os únicos culpados. As taxas de resíduos alimentares também são incrivelmente altas na Ásia, especialmente quando se trata de cereais e grãos. Não surpreendentemente, áreas (e famílias) de alta renda são os que mais desperdiçam. Aqui na América Latina, somos extraordinariamente ruins quando se trata de resíduos de carne. Os estudos da ONU descobriram onde a maior parte do desperdício de alimentos estava acontecendo e os principais culpados incluem o que é jogado fora no processo de preparação entre a colheita e o supermercado. Quando se trata do que jogamos fora em nossas casas, a média é de cerca de 9,2% do orçamento anual de alimentos de cada residência. oluções propostas incluem educação, opções para diferentes tipos de embalagens em recipientes reutilizáveis ​​e porções menores. Mas a maior delas é uma mudança de atitude. Segundo pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, de Baltimore, nos Estados Unidos, grande parte do problema vem de um padrão regular observado nas pessoas: muitas responderam que jogam comida fora simplesmente querem alimentos mais frescos. Jogar fora comida que não está podre, mas não está “aceitavelmente fresca” é parte de um enorme problema que está paralisando o fornecimento e os recursos alimentares do mundo. E aí, você “raspou o prato”? [PLOS One, Knowledge Nuts, UNEP, Jornal do Brasil, UOL]

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