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sábado, 7 de março de 2015

Dados mundiais de satélite indicam que desmatamento está acelerando

Imagens de satélite indicam que as florestas tropicais, da Amazônia às Filipinas, estão desaparecendo em um ritmo mais acelerado do que se imaginava, afirmou uma equipe de pesquisadores florestais da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos. A taxa anual de desmatamento entre 1990 e 2010 foi 62% mais alta do que na década anterior, e acima das estimativas, de acordo com um estudo conduzido com mapas de satélites que cobrem 80% das florestas tropicais do mundo. O novo estudo questiona um levantamento do Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que indicou que o ritmo do desmatamento diminuiu 25% entre 1990 e 2010. Até agora, “o relatório Avaliação de Recursos das Florestas (FRA, na sigla em inglês) da FAO era a única fonte disponível para estimar a mudança de longo prazo nas florestas e suas tendências”, disse Do-Hyung Kim, principal autor do estudo, que deve ser publicado no periódico “Geophysical Research Letters”. “Entretanto, o relatório da FAO foi criticado pela falta de consistência de seus métodos de pesquisa e da definição do que é uma floresta. Nosso resultado é importante por fornecermos uma alternativa ao FRA baseada em imagens de satélite”, afirmou. O levantamento da FAO se baseou em grande parte em relatos dos próprios países onde estão as florestas tropicais, disse Kim. Em comparação, ele e seus colegas da Universidade de Maryland analisaram 5.444 imagens da rede de satélites Landsat de 1990, 2000, 2005 e 2010 para avaliar quanto de floresta se perdeu ou se recuperou em 34 países, que representam cerca de 80% das florestas tropicais do mundo. No período entre 1990 e 2000, a taxa anual de desmatamento em todos os países foi de quatro milhões de hectares por ano, segundo o estudo. Entre 2000 e 2010, a taxa de desmatamento chegou a 6,5 milhões de hectares por ano, um aumento de 62 por cento – uma área florestal do tamanho do Sri Lanka por ano. América Latina lidera desmatamento – O estudo revelou que a América Latina tropical teve as maiores taxas de desmatamento anuais – 1,4 milhão de hectares por ano entre os anos 1990 e 2000. O Brasil liderou a lista, com um desmatamento anual de 0,6 milhão de hectare por ano. A Ásia tropical teve a segunda maior alta, 0,8 milhão de hectares por ano, liderada por países como Indonésia, Malásia, Camboja, Tailândia e Filipinas, e a África tropical teve a menor incidência anual de desmatamento, apesar do aumento constante devido aos cortes principalmente na República Democrática do Congo e em Madagascar. Entretanto, Rodney Keenan, pesquisador florestal da Universidade de Melbourne que participou do último levantamento da FAO, declarou que o relatório da agência pode não ser tão inexato quanto parece. “O estudo de Kim só usou imagens automáticas geradas remotamente. Isso oferece um quadro de um aspecto da mudança florestal, enquanto estimativas no local e o gerenciamento de informações oferecem outras perspectivas”, como saber se terras desmatadas serão reflorestadas, disse ele. Kim, por sua vez, afirmou que o FRA não captou sinais de desmatamento óbvios nas imagens de satélite. A FAO deve publicar uma avaliação florestal atualizada em setembro no Congresso Florestal Mundial. (Fonte: G1)

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