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sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Quais são as VERDADEIRAS chances dos métodos contraceptivos falharem?

Contraceptivos falham com muito mais frequência do que você imagina. As estatísticas de taxas de falha que você vê na TV, nas caixinhas dos contraceptivos e tudo o mais são, geralmente, um pouco enganadoras – elas levam em conta apenas um determinado período. A questão é que, com o tempo, o risco de fracasso aumenta. Quanto mais tempo você usa um determinado contraceptivo – sejam pílulas, preservativos, espermicidas ou qualquer outra coisa -, mais chances ele tem de falhar. O mesmo acontece com qualquer jogo de azar que contém um elemento de risco. Imagine jogar roleta russa com um revólver. Você carrega uma bala no cilindro e puxa o gatilho. Suas chances são de uma em seis a cada vez que você repetir o processo. Mas repetir esse processo muitas vezes vai agravar o risco global da arma disparar. Muitos fatores estão envolvidos nesse aumento de risco. Você pode ficar mais desleixado e deixar a pílula vencer ou a camisinha rasgar etc. Em outras palavras, com o tempo, mais oportunidades vão aparecer para você usá-lo de forma inadequada ou inconsistente. Aliás, esse “uso inconsistente” foi tópico de uma pesquisa feita por James Trussell, professor de economia e assuntos públicos da Universidade de Princeton (EUA). Usando esses dados, Gregor Aisch e Bill Marsh calcularam as probabilidades dos métodos contraceptivos falharem. Eles consideraram duas coisas: Uso típico: é a norma. Reflete a eficácia de cada método para o jovem médio que nem sempre usa o método corretamente ou de forma consistente; Uso perfeito: mede a eficácia de cada método considerando seu uso exatamente como especificado e seguido de forma consistente. Poucos casais, se houver algum, usam métodos anticoncepcionais perfeitamente, especialmente durante longos períodos de tempo. Supondo o uso típico do preservativo masculino (camisinha) por um casal heterossexual, o número de mulheres que experimentarão uma gravidez não planejada ao longo de um período de dez anos é de cerca de 86 em 100. 86%! Compare isso com as 92% das mulheres que têm gravidezes não planejadas no mesmo período porque contam apenas com o método do coito interrompido (a “retirada” para que o sêmen não entre no corpo da mulher), é uma diferença ridícula, de apenas 6%. Para preservativos masculinos usados perfeitamente, a diferença entre as taxas de gravidezes é bem maior. As chances de uma mulher engravidar sem querer quando o casal tem uso perfeito da camisinha é de apenas 18% em dez anos. “A diferença entre as taxas de gravidez durante o uso típico e perfeito revela como os métodos não perdoam seu uso imperfeito”, afirma Trussell. O risco associado com o erro (ou negligência), em outras palavras, é alto. Isso parece sugerir que se você quiser que um controle de natalidade seja eficaz, é necessário minimizar a interação do usuário – já que seres humanos são imperfeitos e não conseguem fazer basicamente nada com perfeição. Métodos com menos interação do usuário seriam, por exemplo, vasectomia, DIU e esterilização feminina. Usados corretamente e de forma consistente, os métodos contraceptivos como camisinha e pílula são projetados para resultar em uma gravidez não planejada em apenas 3% das mulheres ao longo de um período de dez anos. Mesmo assim, durante o mesmo período de tempo, a taxa projetada de gravidez não planejada em mulheres que foram esterilizadas é mais baixa. Uso imperfeito – entenda O uso típico, ou imperfeito, implica que um método contraceptivo não é usado sempre, ou é usado com frequência, mas não com cuidado. Por exemplo, o uso típico do preservativo poderia incluir, na verdade, usar camisinha apenas ocasionalmente. Ou uma mulher poderia informar que está usando a pílula porque começou a usar esse método anos atrás, embora não compre uma caixa nova há meses. Além disso, pode esquecer de tomar a pílula alguns dias, mas continuar tomando depois, o que é um uso inadequado. É por essas e outras que implantes hormonais e DIUs são tão eficazes – você não tem como usá-los de forma inadequada. Mas, calma: não se desespere com uma estatística gritante como 86% porque seu uso é típico. Sua verdadeira probabilidade de uma gravidez não planejada pode ser na verdade menor, porque depende de quantos erros você comete em relação aos inúmeros métodos contraceptivos que você pode ou não usar. Métodos contraceptivos e sua eficácia: um susto Os dados abaixo são apenas uma média, e estão longe de refletir a realidade com precisão. Os números usados nos cálculos foram superestimados com base em dados coletados a partir de grandes populações. Mesmo assim, vale a reflexão.
Conclusão Estes números não podem te dizer com toda a certeza que a sua probabilidade de uma gravidez indesejada é tanto ou tanto. A única pessoa que pode dizer o quão consistente é seu uso de métodos contraceptivos é você. O que podemos dizer, no entanto, é que é extremamente necessário levar a sério as instruções de cada método. O que realmente conta é usá-los o mais adequadamente possível – ou é quase a mesma coisa que nem sequer usá-los. [io9]

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